Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 30/05/2012

O rompante de Vilson

Mexeu com a comunidade esportiva a forte entrevista do presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, após a derrota (2-3) para o Botafogo no último final de semana. Vilson qualificou torcedores como “imbecis” e fez questão de ressaltar que quem manda no Coxa é ele. Pausa. Vilson é um ser humano e como qualquer outro é sujeito a rompantes emocionais. Apesar de generalizar na declaração, o dirigente qualificou de imbecis não à todos os coxas-brancas, mas sim aos que ofendiam a esposa de Jonas (que não jogou nada mesmo), presente nas cadeiras e que saiu em defesa do marido. Seguimos. Não é natural de Vilson Andrade essa postura, de fazer questão de lembrar quem manda no Coritiba. O rompante emocional é justificável, desde que não seja tendência. Governa-se de duas maneiras: ou pelo amor, ou pela dor. Até aqui, Vilson foi paz e amor. O outro caminho existe, mas não creio que seja tomado – muito embora nunca se viu crise no Coxa com ele no comando.

O estádio, história sem fim

À pedido do Paraná Clube, a CBF remarcou o jogo da próxima terça, 05/06, entre Atlético e Ipatinga, da Vila Capanema para o Germano Kruger, em Ponta Grossa. A partida de depois de amanhã, do Atlético contra o Barueri, segue na Vila. O jogo entre Atlético x Goiás, também marcado para a Vila para um sábado, 16/06, agora está indefinido na tabela da CBF. Vamos por partes: o Paraná tem razão em chiar. Jogou ontem na Vila, joga amanhã pela Série Prata contra o Serrano, verá o Atlético jogar contra o Barueri  na sexta e caso a CBF marcasse o jogo contra o Ipatinga pra Vila, o gramado teria que agüentar ainda jogos nos dias 05, 07 e 09 de junho. Não agüenta. E nisso não estou contando nem a imposição absurda por falta de habilidade atleticana na negociação, nem o orgulho besta que permite que o Tricolor rasgue dinheiro.

Autofagia

Fato é que o jogo contra o Goiás, dentro de 19 dias, ainda pode ser na Vila. Quiçá no Couto, em Paranaguá ou em Ponta Grossa. Ninguém sabe. A CBF, creio, irá pensar e pesar caso a caso, uma vez que os clubes de Curitiba, cada qual com seu quinhão de razão, não chegaram a um consenso. É o retrato típico da cidade em que vivemos: pra que construir, se é mais fácil atrapalhar? “A Copa na cidade não presta”, “Aquele ator é curitibano? Desconfiava” ou “Nosso trânsito é um lixo.” Escolha sua linha de raciocínio e admita: o curitibano não sabe progredir em conjunto. Se em cinco anos não houve consenso, não seria durante o campeonato que o Atlético – cuja postura presidencial mais repele que agrega – iria conseguir ser visto como parceiro de um evento benéfico para a cidade. Ah!, Curitiba, tão linda e tão retrógrada.

Copa do Brasil

Preferia que o Coxa jogasse a primeira das semifinais em casa. Mas o que vale é não se assustar com o Morumbi, daqui há 17 dias. Muito menos com o irregular São Paulo.

3 comentários sobre “Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 30/05/2012

  1. Fala Napoleão, blz?

    Acho que o Vilson saiu da linha, mas ele tem razão, tem torcedores que passam dos limites. Não entendem que a culpa não foi única exclusivamente do Jonas, eu até nem o considero, pois voltava de lesão, sem rítmo e tudo mais, a culpa é do Sr Marcelo Oliveira, este sim sempre apronta as dele. Se no jogo contra o Vitória, o Ayrton já tinha dado certo, por que mudar meu Deus do céu, fez como fez com o Willian em POA.

    Com relação ao estádio pro cap, lembro e enfatizo, ninguém está indo contra Copa, contra nada, apenas contra este Sr Petraglia. Gostaria de lembrar, e se possível gostaria que você comentasse isto:
    Em 2010, o Coritiba já sabia que não iria poder contar com sua casa, o Couto Pereira. O estadual então, devido o estádio estar interditado, pode jogar na cidade. Houve perfeita harmonia entre as diretorias do Coritiba e do Paraná para que o Coxa pudesse utilizar a Vila Capenema, e quando o gramado não aguentou o Coxa jogou em Paranguá. Pois bem, houve negociação, houve harmonia, houve conversa, NÃO HOUVE IMPOSIÇÃO, o Coritiba não chegou na FPF simplesmente e disse “olha , estamos sem estádio pra jogar, queremos a baixada, se vira aí”.
    Outra, sabia que não poderia jogar em Curitiba no BR10, portanto, já se planejou totalmente antecipadamente , inclusive fez projetos para divulgar a marca em Joinville-SC, a Manchester catarinense.
    Por isto, não gosto quando falam que os dirigentes ao invés de se ajudarem, ficam de picuínhas, pois se o caso fosse com o Paraná, ou até mesmo o cap, só que com outra gestão, com certeza haveria acordos, desde que não houvessem imposições e terceiros.

    Abrçs, e to no aguardo do videocast papo entre colegas lá hein.

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    1. Perfeito, Tiago, é isso.

      Planejamento, diálogo, antecedência. E não só fora, mas também dentro de campo. Acompanhei cada passo do Coritiba em Joinville e sei que foi preciso muito trabalho para subir, especialmente como subiu.

      Mas, infelizmente, seja quem quer que tenha puxado esse problema, é parte da nossa cultura. O bom entendedor sabe como poderia ser resolvido o problema.

      Abs!

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  2. Se o CAP tivesse abraçado a proposta da Vila Olimpica do Boqueirão há duas ou mais semanas atrás,quando o mesmo foi oferecido,talvez hoje este estádio já estivesse adaptado e aprovado pelas autoridades competentes ,e o Atlético não precisaria jogar em Ponta Grossa …
    Infelizmente o Petraglia parece querer mostrar uma força politica que não tem mais,e prefere ficar forçando a barra pra jogar na Vila Capanema (que não suportaria tantos jogos) e no Couto pereira,onde não é possivel pela grande rivalidade envolvida e pelos riscos de segurança que isto envolveria.Com certeza haveria emboscadas de torcedores alviverdes(Império Alvi-verde),tanto na entrada como na saida de torcedores rubros negros do Couto pereira.É triste falar isto,mas é a realidade que vivemos hoje,bem diferente do que ocorria nas décadas de 80 e 90.Torcedores da Império fazem emboscadas a torcedores rubro-negros mesmo quando os jogos eram na Baixada ou acontecem na Vila capanema(é só procurar matérias relativas a isto na Internet).Imaginem o que aconteceria com o CAP jogando no Couto pereira,o contingente de Policia Militar que teria que ser disponibilizado a cada jogo…Não é a cidade de Curitiba que gostariamos,mas é a triste realidade que vivemos hoje.E ainda temos uma boa parte da midia esportiva(você não faz parte dela Napoleão),que fica fomentando rivalidades exarcebadas através de frases e atitudes infelizes de nossos dirigentes.

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