O outro “menino de ouro” do Coritiba agora é rival

Domingo será um dia especial para o meia Alex. Será a chance dele conseguir o primeiro título – ainda que apenas simbólico – com a camisa do Coritiba. O “Menino de Ouro” do Coxa deixou o clube ainda na época das vacas magras, em 1997, e nunca foi campeão pelo clube. Desde que deixou Curitiba rumo primeiro à São Paulo, depois a outros lugares no planeta, muitos “meninos de ouro” foram surgindo no Alviverde. Dirceu foi um deles.

Dirceu, de costas com a 5, na campanha da Copa SP 2007 (Foto: Coxanautas)

O então volante apareceu para a torcida coxa-branca na Copa São Paulo de Juniores de 2007. Logo na estreia, marcou 3 gols, chegando ao ataque com facilidade. Era também o cara das bolas paradas daquela equipe, que no profissional teria um ano difícil pela frente, com a queda para a Série B dois anos antes e não subira para a elite na primeira tentativa, com um time de astros. Todos os olhos estavam voltados para a base.

O Coxa deixou a Copa São Paulo nas oitavas. Dirceu iria demorar até ter chances no clube. Paranaense de Ibaiti, o então menino foi orientado a jogar como zagueiro – não se adaptou. Teve algumas chances com René Simões. Caiu no ostracismo e chegou a ser escalado de sopetão no Atletiba #342, vencido pelo Coxa por 3-2 no Brasileiro de 2009. Ambos estavam em situação difícil e o clássico parecia um divisor de águas. Derrotado, o Atlético se reinventou e escapou da queda; vitorioso com gol no último minuto, o Coxa se perdeu no elenco e acabou caindo novamente para a Série B no fatídico seis de dezembro.

Ao chegar no vestiário após o jogo contra o Fluminense, Dirceu, às lágrimas por vivenciar uma nova queda em seus 15 anos de clube, se deparou com uma cena que revoltou a ele, Edson Bastos e mais alguns atletas com identificação com o Coxa: um dos principais jogadores daquele elenco já estava de banho tomado e sorridente, abraçado com um conterrâneo e seus vários amigos, comemorando a transferência para um grande clube paulista. Houve bate-boca e ameaça de briga, contornada pela turma do deixa disso. Os “astros” deixaram o clube; Dirceu, Bastos e outros ficaram e o resto da história é conhecido.

Ainda assim, de “menino de ouro” a zagueiro com presença irregular na equipe, Dirceu nunca brilhou pelo Coritiba. A cada temporada, a cada técnico, o jogador acabava preterido no elenco. Mesmo quando agradava a alguns técnicos, não estava nos planos do departamento de futebol. Por isso, foi emprestado a Avaí, América-MG e agora, Londrina. Aos 25 anos, é considerado um dos pilares do Tubarão, ao lado de Germano e Celsinho. Ficará no LEC até maio – pelo menos.

Quis o destino que no próximo domingo Dirceu encarasse Alex na missão de impedir o ídolo de todo menino da base coritibana de conquistar o direito de tentar o primeiro título de sua vida como coxa-branca. Quis o destino que a primeira final em 21 anos para o Londrina de Dirceu passasse por um duelo contra o Coritiba que o formou. Coisas da vida, coisas do futebol.

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