Novo “Alex Mineiro”, Orlei rouba a cena na decisão da Suburbana

Ídolo atleticano, decisivo na reta final em 2001, vê colega de time Orlei aparecer com gols decisivos na Suburbana

por Ana Claudia Cichon*

Gols decisivos contra o Iguaçu parecem ser a especialidade de Orlei. Na partida de volta da segunda fase do amador, o meia foi o responsável pelo tento de empate da equipe do Bairro Alto, que garantiu um ponto importante para a classificação às semifinais.

No jogo deste sábado, o careca – eventualmente confundido com os outros cabeças raspadas do elenco, Rogério Correa e Flamarion – mais uma vez deixou a sua marca contra o alvinegro de Santa Felicidade.

Orlei, carequinha que encarnou Alex Mineiro nos últimos jogos do Bairro Alto (Fotos e vídeo: Ana Cichon)

Mas o ano não foi de tantas alegrias assim para o meio-campista. No início do ano foi contratado pelo Grecal, clube profissional de Campo Largo, para disputa da segunda divisão do Campeonato Paranaense. Após algumas partidas, a falta de pagamento o desanimou e decidiu voltar para o amador (em 2008 teve uma passagem pelo Trieste). Chegou ao Bairro Alto, mas também não ficou muito tempo.

“Algumas coisas não estavam me agradando, então eu preferi sair. Voltei no início de novembro, quando o Bananinha assumiu o comando, e agora estou feliz com o trabalho”.

Aos 26 anos, Orlei ainda sonha em voltar ao profissional. O atleta já teve passagens pelo Coritiba, Operário, J. Malucelli e pelo Grecal e espera que o bom desempenho na final da Suburbana ajude a servir de vitrine para o retorno.

  • O jogo

Até o tempo colaborou para um bom espetáculo na primeira partida da final da Suburbana. No jogo deste sábado (24), no estádio Pedro de Almeida, as últimas gotas de chuva pararam de cair minutos antes das duas equipes entrarem no gramado. E assim que o juiz assoprou o apito, a emoção tomou conta do jogo. O público – menor do que o esperado, mas ainda assim expressivo, se lembrarmos que, além do tempo instável, havia o derby entre Atlético x Paraná, valendo o acesso do rubro-negro à série A do Brasileirão – pode ver um jogo digno de final.

Nenhuma das duas equipes teve grandes chances até os 20 minutos, quando Douglas acertou um bonito chute de fora da área, parando na defesa de Roberson. Marcando bem e dando pouco espaço para o time visitante, o Bairro Alto dominava a partida, e nas jogadas aéreas tentava chegar ao gol adversário. Primeiro Edmílson cabeceou, e a bola passou a direita do gol. Flamarion também tentou, e o goleiro Vilson espalmou para escanteio. Na cobrança, Massai colocou a bola na cabeça de Rogério Correa, que completou para o fundo das redes. Bairro Alto 1-0 Iguaçu, aos 29 minutos do primeiro tempo, que ainda teve uma boa chance para cada lado, com Laércio e Zé Nunes.

Na volta do intervalo o jogo ficou muito mais aberto, com o Iguaçu pressionando e o Bairro Alto investindo nos contra-ataques. Parando nas boas defesas de Roberson, o time de Santa Felicidade não conseguiu chegar ao empate, e aos 34 minutos viu Orlei acertar belo chute e ampliar o placar.

Desta vez não deu para o goleiro Roberson

A pressão só aumentou e, aos 38, Laércio venceu o arqueiro Roberson e fez um golaço. Os minutos finais foram de muita tensão, mas o placar ficou assim: Bairro Alto 2-1 Iguaçu.

No próximo sábado (01) o jogo é no estádio Egídio Pietrobelli, às 16h. O Bairro Alto joga por um empate para conquistar o bi campeonato. Em caso de vitória do Iguaçu, por qualquer marcador, teremos uma terceira partida para definir o vencedor da Suburbana 2012.

Bairro Alto: Roberson, George, Rogério Correa, Luciano, Flamarion, Caio (Juninho), Zé Nunes, Orlei, Massai, Marcelo Tamandaré e Edmílson. Técnico: Bananinha

Iguaçu: Vilson, João Madureira, Flávio, Lucino (Merci), Luisinho Netto, Emerson, Douglas, Nilvano (Jé), Hideo, Laércio e Guilherme (Marlon). Técnico: Juninho

Amador: ídolos do Furacão param em ex-tricolores

Com Nem de técnico e Alex Mineiro em campo, Bairro Alto ficou no 0-0 com Trieste de Ageu e Goiano; Suburbana é laboratório para ex-zagueiros começarem carreira de técnico

por Ana Claudia Cichon*

A partida entre Trieste e Bairro Alto realizada no sábado (21), no estádio Francisco Muraro, contou com um duelo especial nos bancos de reservas. Os ex-zagueiros Nem e Rossano Santana, que durante a década de noventa se enfrentaram nos gramados do futebol profissional com as camisas de Atlético e Paraná Clube, respectivamente, viveram a experiência de um confronto fora das quatro linhas.

Nem e Rossano; um tapa o buraco, outro quer projeção (Foto: Ana Cichon)

Em sua segunda partida como técnico do Bairro Alto, o ex-zagueiro do Atlético conquistou seu segundo empate e segue invicto, mas garante que a função é por pouco tempo. “Eu vim para jogar, mas como acabei me lesionando aceitei a proposta da diretoria para assumir o comando da equipe enquanto não encontrassem um novo técnico. Mas assim que tiverem um nome e eu estiver recuperado quero voltar para dentro de campo”, explica.

Já Rossano Santana está no seu segundo ano como treinador do clube de Santa Felicidade e afirma que largou de vez a posição de jogador. “Para mim este é um início para seguir carreira como técnico. Estou aqui no amador, comandando o Trieste pelo segundo ano, ganhando a cada dia mais experiência para quem sabe chegar a ser técnico de alguma equipe profissional em breve”.

Trieste quase marca, mas ninguém, nem Alex Mineiro, chacoalhou o limoeiro (Foto: Ana Cichon)

Comandando ex-companheiros

Apesar desta diferença nas projeções para o futuro, os técnicos possuem uma característica em comum: hoje passam instruções para seus ex-companheiros de clube, que ainda não saíram dos gramados. E este comando visto nos dois treinadores está diretamente ligado à função que ambos desempenhavam nos gramados.

“Se formos analisar a quantidade de ex-jogadores que estão como técnicos atualmente, quase 90% eram zagueiros. Geralmente são os líderes em campo, já possuem este espírito de liderança”, assegura Rossano. O técnico alvinegro confirma esta colocação, ressaltando que o fato de os zagueiros estarem atrás do meio de campo, tendo a visão de todo o jogo, facilita a questão de análise de posicionamento e outras noções que os técnicos precisam.

Na equipe do Trieste, por exemplo, Rossano lidera alguns ex-colegas de Paraná Clube, como Ageu, Goiano e Flávio e fala que, apesar de ser mais novo que alguns de seus comandados (Rossano tem 31 anos), o respeito é muito grande, principalmente por já se conhecerem de antes, de terem sido companheiros de equipe.

No Bairro Alto Nem conta com dois companheiros campeões brasileiros pelo Atlético em 2001: o também zagueiro Rogério Corrêa e o atacante Alex Mineiro. E a parceria que foi repetida antes da contusão do atual técnico pode ser percebida mesmo fora de campo. Durante todo o jogo Nem e Rogério Correa conversam, trocando opiniões sobre posicionamento e jogadas. “O Rogério é um grande amigo, e por ele ter a mesma experiência que eu como zagueiro fica fácil discutirmos estratégias e termos ideias para melhorarmos o rendimento da equipe”, comenta. Sobre a relação de comandar seus antigos companheiros Nem é enfático: “Não tem nenhuma diferença. Eu já os comandava quando estava em campo”.

O jogo

Futebol e religião se misturando na Suburbana (Foto: Ana Claudia Cichon)

Reeditando a final da Suburbana do ano passado, quando o Bairro Alto conquistou o título após vencer o Trieste por 4-0 no primeiro jogo e empatar em 1-1 na segunda partida, os dois clubes fizeram um bom duelo, mas que acabou sem gols. O melhor lance da partida aconteceu aos 41 minutos do segundo tempo com o meia triestino Goiano, mas o chute acabou parando na defesa parcial do goleiro Dida. Na sequencia Massai fez o corte, garantindo o empate ao Bairro Alto, que estava com um a menos após expulsão do zagueiro Flamarion.

Trieste: André, Rafael, Zico, Baloi, Lima, Adam, Geraldo, Pilo (Juninho), Goiano, Edvaldo e Flávio (Malzone). Técnico: Rossano Santana
Bairro Alto: Dida, Jorge, Rogério Correa, Flamarion, Luciano, Caíque (Caio), Zé Nunes, Massai, Douglas Silva (Marcelo Tamandaré), Alex Mineiro e Edmílson (Reinaldo). Técnico: Nem

Resultados da rodada
Trieste 0x0 Bairro Alto
Iguaçu 1×0 Novo Mundo
Santa Quitéria 2×1 Nova Orleans
Combate Barreirinha 1×1 Urano

*Ana Claudia Cichon é jornalista e vai trazer imagens e história da Suburbana semanalmente aqui no blog.

Atlético Campeão Brasileiro 2001 – Especial Jogo Aberto Paraná

O dia 23/12 passou a ser o Natal de todo atleticano a partir de 2001. Na última sexta, o Jogo Aberto Paraná exibiu um especial em duas partes dos 10 anos do título brasileiro do clube. Confira o especial, em duas partes: