Suburbana: Goiano, paranaense e paranista

Agora na Suburbana, Goiano não deixou de mostrar a velha raça que o deixou nos corações tricolores. Mas não teve sucesso contra o Iguaçu

por Ana Claudia Cichon*

Por 13 anos, vermelho, branco e azul foram as cores que Goiano vestiu diariamente. Emerson Bueno dos Santos, nascido em Bom Jardim(GO) – e por isso o apelido – começou a carreira no Paraná em 1996, ainda no juvenil e jogou pelo clube tricolor até 2009, deixando saudades na memória dos torcedores paranistas.

Aos 33 anos, o volante teve passagens pelo Santa Cruz e pelo Rio Branco, e este ano resolveu vestir outra camisa tricolor. Trocou o azul do pelo verde, o profissional pelo amador e de quebra ainda ganhou a braçadeira de capitão do Trieste, equipe de Santa Felicidade onze vezes campeã da Suburbana.

“Cheguei com o campeonato em andamento, mas fui bem recebido por todos. O Trieste é um clube bem estruturado e o futebol amador de Curitiba é um dos melhores do Brasil, muito forte. A experiência está sendo muito boa”.

Um dos mais experientes do grupo, Goiano tenta passar seus ensinamentos para os garotos que estão começando. “É preciso se dedicar e provar a todo jogo, todo treino. A regularidade é muito importante, assim como a parte tática”, explica.

A faixa para Goiano, sempre vista na Vila Capanema (Imagem: Blog Torcedor Paranista)

 

Goiano espera poder jogar ainda mais um ano no futebol profissional, mas garante que se não receber propostas, ou depois de encerrar as atividades futebolísticas, volta pro amador, com a expectativa de fazer um bom trabalho. É esperar – e torcer – para ver!

  • O jogo

Com a vaga para as semifinais garantida, o Iguaçu recebeu o Trieste neste sábado (03), no estádio Egídio Pietrobelli em ritmo de treino e poupando seus principais jogadores. A equipe triestina, por outro lado, entrou em campo dependendo não só de uma vitória, mas torcendo por um tropeço do Bairro Alto no confronto contra o Novo Mundo.

O primeiro tempo foi fraco. Muitos erros de passes e poucas chances claras para os dois times. Mas no finalzinho Laércio sofreu falta dentro da área. Pênalti. Nilvano cobrou e abriu o placar para o time da casa.

A sequência da cobrança de Nilvano: fim da linha para o Trieste (Fotos: Ana Cichon)

Na segunda etapa o técnico Rossano foi para o tudo ou nada, mas não deu para a equipe tricolor, que depois de três vices-campeonatos fica de fora das semifinais da competição.

Iguaçu: Leandro, Franco, Mérci, Emerson, João Vitor, Clé, Piter (Samuca), Fábio (Ricardinho), Nilvano (João Madureira), Laércio e Jé. Técnico: Juninho

Trieste: André, Alan, Dalton, Dudu (Melk (Pilo)), Raul, Adam, Goiano, Aroldo, Malzone, Flávio e Juninho (Edvaldo). Técnico: Rossano.

  • Resultados da rodada:

Iguaçu 1-0 Trieste
Bairro Alto 5- 3 Novo Mundo
Santa Quitéria 1-2 Combate Barreirinha

*Ana Claudia Cichon é jornalista e troca facilmente uma novela por um jogo da Suburbana, sem deixar de ser feminina

Emoção, transpiração, amor e paixão. Ou: futebol amador.

por Ana Claudia Cichon*

“Futebol amador eu chamo de cachaça, mas pra nós, lá da vila, isso é champagne”. A definição do dirigente do Urano, Elias Martins, é algo que revela a essência do futebol amador na vida daqueles que se dedicam a este filão do esporte das multidões. Nada me parece mais sincero e verdadeiro do que o futebol que mistura ex-jogadores famosos, ídolos de muitas torcidas, aos garotos da comunidade, que buscam ali uma chance de se destacarem no esporte e almejarem, por que não, uma chance no futebol profissional. Como descrever a cumplicidade que existe entre torcedores e atletas, que separados por questão de um ou dois metros e um fino alambrado trocam opiniões sobre posicionamento e possíveis jogadas durante o jogo?

O Campeonato Amador da Capital, popularmente conhecido como Suburbana, possibilita esta experiência aos que, às 15h30 de todos os sábados, escolhem dedicar algumas preciosas horas a este espetáculo. Enquanto comem os já famosos pães com bife dos estádios, os moradores torcem pelos times de seus bairros, esquecendo se mais tarde irão discutir com os vizinhos sobre os jogos de Atlético, Coritiba ou Paraná.

O Trio de Ferro, aliás, está presente em diversos clubes do amador, com ídolos aposentados que não conseguem largar o futebol. O Bairro Alto, atual campeão da competição, conta com os atleticanos Rogério Corrêa, Alex Mineiro, Douglas Silva e Marcão, além do ex-zagueiro Nem, atual técnico da equipe. Outro jogador que faz parte da memória da torcida atleticana e agora brilha na Suburbana é Luizinho Netto, que atualmente defende o Iguaçu, junto aos coxas-brancas Laércio e Flávio e ao paranista Hideo. No Trieste os destaques ficam por conta de Goiano e Ageu, que durante a década de 90 e dos anos 2000 defenderam a camisa tricolor.

Bairro Alto, atual campeão: luta pra manter a taça começa agora (Foto: Ana Claudia Cichon)

São personagens como estes e muitas outras histórias interessantes do amador que você pode acompanhar a partir de hoje no blog. A Suburbana inicia a sua segunda fase neste sábado (25), com oito clubes decidindo vaga nas semifinais através dos quadrangulares. Todos os jogos são realizados às 15h30.

Grupo A

Iguaçu x Novo Mundo (Estádio Egídio Pietrobelli)
Trieste x Bairro Alto (Estádio Francisco Muraro)

Grupo B

Combate Barreirinha x Urano (Estádio Recanto Tricolor)
Santa Quitéria x Nova Orleans (Estádio Maurício Fruet)

*Ana Claudia Cichon, jornalista, é apaixonada por futebol amador e vai colaborar com o blog semanalmente na cobertura da Suburbana, com histórias, imagens e a avaliação do pão com bife – aquele que você só encontra na várzea curitibana.