Para não passar em branco a data comemorativa atleticana, nada de análise tática, técnica ou política: o blog propõe uma pequena lembrança de cinco grandes momentos na história rubro-negra.
1) O primeiro jogo oficial
O recorte acima (cedido via twitter pelo atento blogueiro Fusketa) marca a data do primeir0 jogo oficial do “Athletico” (como a grafia da época), já válido pelo Paranaense de 1924.
O rubro-negro já havia entrado em campo antes, em um amistoso contra o extinto Universal, e venceu por 4-2. E no torneio início, costume que durou até meados dos anos 90, o Atlético já havia até derrotado o Coritiba, 2-0, em uma partida com menos de 90 minutos de duração – como eram os jogos dos torneios início.
Mas seria no domingo 18/05 que o Atlético faria seu primeiro jogo oficial. O adversário era o Campo Alegre, também extinto, cuja sede era no bairro do Cajuru.
O Atlético derrotou o Campo Alegre por 4-1, dando início a longa trajetória em Campeonatos Paranaenses. Naquele ano, acabou a competição em 5o lugar.
A campanha:
4-1 Campo Alegre
3-6 Coritiba
5-0 Paraná*
1-3 Palestra Itália
2-1 Britânia
1-2 Savóia
4-2 Universal
* O Paraná em questão não é o atual Paraná Clube e sim o extinto Paraná Sports Club, que deixaria de existir no ano seguinte: 
2) O fim dos jejuns
Depois de alternar conquistas com o Coritiba, disputando cabeça a cabeça a hegemonia do estado até a década de 50, o Atlético passou por dois períodos de largo jejum: 12 anos cada, entre 1958-70-82.
Parecia um castigo interminável para o povão rubro-negro. Após a conquista de 1958, quando já havia passado 9 anos desde a última conquista, o atleticano esperou 12 anos até ver novo título. E ele veio em 1970, com um time com Nilson Borges, Djalma Santos e Sicupira. E olha que o Furacão perdeu os três primeiros jogos do campeonato. Mas engrenou após um 6-2 no Cianorte e uma vitória por 1-0 no Atletiba 151. A taça viria após um 4-1 no extinto Seleto, em Paranaguá. Abaixo, a imagem de um dos gols do jogo, marcado por Sicupira, hoje comentarista na Rádio Banda B:
Mas o rubro-negro passaria uma das piores décadas da sua história, assistindo ao rival Coritiba chegar ao hexacampeonato e ainda levantar outras duas taças entre 1971 e 1979, tendo o ciclo interrompido só em 1977 pelo Grêmio Maringá. A agonia só passaria em 1982. Com um timaço formado por Roberto Costa, Nivaldo, Capitão, Washington e Assis, o Atlético ficou com o título de 1982 e papou também o bi, em 1983.
3) Despedida e volta para a Baixada (I)
A Baixada foi o primeiro estádio com arquibancadas no Paraná. Foi casa de todos os clubes do Estado por algum tempo, em algum momento na história. Mas o dono dela é o Atlético – e poucos clubes no Mundo são tão identificados com sua casa quanto o Furacão. Todo clube é mais forte em seu estádio, mas o atleticano crê que há uma magia em torno do “Caldeirão do Diabo”.
No entanto, isso não impediu o Atlético de trocar a velha Baixada pelo projeto de um Pinheirão para 200 mil pessoas, em 1985. A intenção era que o rubro-negro tivesse o seu Maracanã, o que nunca saiu do papel. Na despedida, título paranaense. O Atlético venceu o Londrina (com o tetracampeão mundial Zetti no gol) por 3-0 e foi tentar a sorte no Tarumã. O inesquecível narrador Lombardi Júnior descrevia assim um dos gols da última partida do Furacão em seu lar antes da mudança:
Entre 1986 e 1994 foram oito anos de Pinheirão. Mas o então presidente José Carlos Farinhaqui decidiu reformar a Baixada e trazer o Atlético de volta ao Caldeirão. Era a retomada do alçapão rubro-negro. Mas a reportagem abaixo conta melhor (e se eu não estou muito enganado, a voz do narrador é de Marcelo Ortiz, hoje na 98 FM):
Ricardo marcou o primeiro gol depois da volta a Baixada, que viu o então “craque” do time, João Carlos Cavalo, perder um pênalti um pouco antes. Cinco anos depois, o Atlético teria outra inauguração, desta vez de um conceito então inédito no país, a Arena da Baixada, idealizada por Mário Celso Petraglia. Hoje,o Atlético vive nova peregrinação, em nome de mais uma reforma em seu santuário. Mas essas são outras histórias.
4) O pênalti em Adriano
Um jogo recheado de emoção. O Atlético jogava seu título máximo: o Brasileirão de 2001, dentro de casa. Com melhor campanha, o São Caetano precisava de dois resultados iguais para ficar com a taça. Restava ao Furacão fazer valer o Caldeirão.
O Atlético saiu na frente, tomou a virada e voltou a mandar no jogo, 3-2. Mas era pouco. Seria difícil sustentar a vantagem em São Caetano do Sul.
Já aos 46 do segundo tempo, Adriano Gabiru invadiu a área em velocidade e foi derrubado. Pênalti.
O resto da história todos conhecem – mas Gil Rocha e Rogério Tavares, da RPCTV, contaram no vídeo abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=cUzHT9F8o6o
5) Na decisão da América
Uma primeira fase irregular, classificando-se na sorte de ver o virtual classificado América de Cali perder para o já eliminado Libertad em casa, enquanto tomava 1-4 do Independiente Medellín na Arena; depois, a reação, despachando Cerro Porteño e o rival Santos, com quem disputou o Brasileirão 2004, nas fases eliminatórias.
O Atlético foi a surpresa nas semifinais da Libertadores 2005, com um time liderado por Diego, Marcão, Fabrício, Aloísio e Lima, e comandado por Antônio Lopes. Pela frente, os mexicanos do Chivas Guardalajara, que contavam com a torcida de São Paulo e River Plate, outros semifinalistas, que já se garantiriam no Mundial Interclubes se o clube mexicano se classificasse.
O Furacão atropelou. Destaque para o golaço de Fabrício, o terceiro:
No jogo seguinte, pressão mexicana e uma atuação de gala de Diego e Lima:
Na decisão o Atlético perderia para o São Paulo. Mas esse é outro papo.
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Sintetizar 88 anos em cinco grandes momentos não é simples, mas a ideia era fugir do lugar comum. E você, que outros momentos recordaria? Comente abaixo!





