Better man

A Vila Capanema recebeu na noite de quarta (9) a banda americana Pearl Jam; recebeu também a notícia de que Rubens Bohlen será o novo presidente do Paraná. É a vitória da chapa da situação, em uma eleição que teve menos de mil votantes, num universo de quatro mil possíveis.

A chapa vencedora já está no poder. De fato, a olho nu, vem desde Aurival Corrêa na mesma toada. É também a direção que deu fiasco no estadual/11; mas é a que reorganizou setores do clube, como o marketing, por exemplo. E dará poderes reais a Luis Carlos Casagrande – propriedade viva do clube –  e Paulo César Silva, no comando do futebol.

Andando pela Vila, durante o show do Pearl Jam, já sabedor do resultado das eleições, encontrei PC Silva. Ele estava sentado nas sociais, sozinho, anônimo. Parecia reflexivo. Olhava o palco e o show degustando uma cerveja – o que eu também fazia. Não esperava encontrar ninguém.

Então, me aproximei. Conversa rápida: ambos estávamos ali por outra razão. Eu, para ver uma das bandas que ajudou-me a formar o caráter; ele, para aliviar a pressão de uma eleição, no lugar que já é e será sua casa por mais um tempo. “Ganharam é? Parabéns.”, disse.

– Não sei se é uma vitória. É um baita de um desafio, isso sim.

A resposta, pés no chão, me fez lembrar algumas coisas. Paulão perdeu um neto esse ano. Golpe duro para qualquer um. Viu seu trabalho não dar os frutos esperados. Afinal, ninguém entra nessa pra perder. Mas, é claro, não quis deixar o clube. Sabe o preço. Desejei sucesso e disse que o papel da imprensa é seguir vigilante nas coisas que interessam ao público. Ganhei um abraço e segui para o show. Paulão seguirá na Vila mais do que eu.

Os erros da má gestão paranista estão aí, ninguém pode tapá-los. Mas tampouco podem negar que a realidade do clube é menor do que dimensionamos. Um exemplo? Menos de mil votantes na eleição. Outro? Média de público de 3926 torcedores, a 42a. do país em 4 divisões. Isso não diminui equívocos, mas deixa claro que a distância entre a paixão do torcedor e a realidade são grandes. Se há que se cobrar resultados de alguém por aqui, é de Atlético e Coritiba. O Paraná apequenou-se. Voltar, é papel que cabe a mais de uma pessoa. Cabe também à torcida.

Aí volto ao Pearl Jam e um dos seus hits – não ipisis literis – Better Man.

Bohlen, Paulão, Casinha, Romani e muitos outros erraram. E seguirão errando. É humano. Isso não é alvará para tal; falta visão profissional, capacidade de gestão e liderança, enxergar oportunidades.

Mas o Paraná “Can’t find a Better Man”:

Então, boa sorte aos que seguem.

Eleições: saiba mais sobre bastidores em Atlético e Paraná

Paraná Clube

A eleição para a presidência do Paraná acontece amanhã, entre 10h e 20h, na sede Kennedy. São duas chapas: Rubens Bohlen, pela situação, e Ivan Ravedutti, pela oposição.

Bohlen tem ao seu lado Paulo César Silva, atual diretor de futebol, e Luis Carlos Casagrande, funcionário do clube há 30 anos, na área social. Ambos são candidatos a vice-presidente na chapa. O trunfo de Bohlen é um planejamento empresarial feito em parceira com o Senai, pensando o clube a longo prazo. Algumas das metas divulgadas são (texto da assessoria da chapa):

– Tornar-se referência como clube que envolve entretenimento, futebol e outros negócios de forma integrada;
– Gestão profissional em áreas prioritárias que se estenderão para todas as demais áreas do Clube;
– Na área de marketing, implantação e gestão de área comercial própria, contratação de área comercial terceirizada, contratação de empresa especializada em captação de investimentos para o esporte, estabelecimento de parcerias diversas com colaboradores interessados em captar recursos para o Paraná Clube mediante remuneração como autônomo;
– Reestruturação da metodologia de gestão de informação em âmbito de coordenação de comunicação e assessoria de imprensa;

O que pesa contra Bohlen é o desgaste da atual gestão no futebol. A diretoria composta por Paulo César Silva naufragou no Estadual, sendo rebaixado em campo (pode permancer na Série Ouro se o Rio Branco for punido pelo STJD) e deixou escapar a vaga no G4 da Série B depois de 14 rodadas seguidas entre os melhores.

Já Ravedutti conta com Darkles Oliveira e Oliveiros Neto como seus vices. Darkles é membro do site Paranautas, um dos principais fóruns de discussão do Tricolor na Internet; Oliveiros é do grupo de José Carlos de Miranda. As principais propostas divulgadas são (texto da assessoria):

– valorização do patrimônio do clube;
– consulta ao quadro social, sobre eventos;
– valorização dos atletas formados no clube;
– profissionalização da gestão do futebol;
– projeto de modernização dos estádios.

Ravedutti tem como trunfo o mesmo que tem como fraqueza: pessoas novas na gestão paranista. Se por um lado mostra algumas caras novas, não ligadas a atual gestão, infeliz no futebol, também peca pela inexperiência, já que todos iniciarão sua vida administrativa no clube caso vençam. Exceção feita, claro, a Oliverios, que traz o apoio do ex-presidente José Carlos de Miranda.

Atlético

Mário Celso Petraglia oficializou ontem (segunda) a chapa CAPGigante, que concorrerá como oposição nas eleições atleticanas, em dezembro. Ele reuniu 300 nomes para o conselho, do qual deve ser candidato a presidência. Petraglia ainda não definiu quem o acompanhará na chapa, como candidato a presidencia do conselho gestor. A bem da verdade, Petraglia pode ocupar um ou outro cargo, dependendo da composição.

“Ainda temos tempo. Não definiram ainda quando será a eleição. Se cair, pode ser que mudem a data, para dar uma esfriada”, disse o ex-presidente e candidato. O edital da eleição está previsto para semana que vem, dia 15.

Petraglia enfrentará do outro lado a chapa Paixão pelo Furacão, com Enio Fornea como candidato ao conselho deliberativo e Diogo Fadel como candidato a presidencia do conselho gestor.