Abrindo o Jogo – Coluna de 10/10/2012 no Jornal Metro Curitiba


A diferença entre união e complacência

É forte a repercussão da participação de Vilson Ribeiro na festa da torcida organizada do Coritiba, reatando relacionamento cortado desde 6 de dezembro de 2009. Todos se lembram o que aconteceu e como as coisas caminharam para aquilo. Novamente, o Coxa flerta com o rebaixamento. É natural que se pregue união de esforços para que o clube saia disso. Nesse ponto, o gesto é louvável. Mas há real benefício na ação? Além da ficha corrida de alguns dos comandantes das facções, as torcidas organizadas vampirizam os clubes, com uma pirataria branca (venda de camisas, por exemplo), são cortina para guerra de gangues de bairros e ambiente notório de consumo de drogas. Na festa, Vilson disse que a organizada “é a razão da existência do Coritiba.” A grande maioria dos torcedores, “desorganizados”, talvez não concorde. Depois de surgir com novos conceitos e pregar modernidade nessa relação, o dirigente volta atrás. Pode ser só uma “segunda chance” – o histórico não recomenda. Mas 2013 está aí, com eleições no clube. Mário Petraglia, do rival Atlético, se reaproximou da organizada após anos de conflitos no final do ano passado. Foi eleito. A relação é, sem dúvida, perigosa.

Sempre ele

Paulo Baier. Ninguém no futebol paranaense é tão questionado quanto o experiente meia, que com 50 gols marcados com a camisa rubro-negra, mantém-se importante para o clube. Baier paga por não ter bons companheiros há algumas temporadas. Nesta, recebeu reforços no andamento da competição, acabou no banco, mas volta e meia é decisivo, como contra o América-MG. Não acho que possa ser titular, mas é imprescindível no grupo. Se não agüenta os 90 minutos, quando entra, mantém um padrão que vem sendo tocado pelo ótimo Elias. Baier é um ídolo em uma era dura para o Atlético, sem títulos. Mas merece seu lugarzinho na história atleticana.

Calculadora alviverde

O jogo de amanhã é decisivo para o Coritiba. Pegar o Palmeiras no interior paulista é pior para o Coxa, sem dúvida alguma. Em São Paulo, teria pela frente um time mais pressionado pela torcida palestrina, insatisfeita com a goleada no clássico com o São Paulo. A realidade é outra em Araraquara, ainda mais com uma zaga reserva. Mas desde já vale mentalizar: a derrota não será o fim do mundo. O Coxa tem uma vantagem de seis pontos para o Palmeiras, mas já não disputa só com o Verdão a permanência na elite. A Ponte Preta, em franca decadência depois de perder o técnico curitibano Gilson Kleina, pinta como favorita a integrar o grupo de descenso. Portanto, cabeça no lugar e pés no chão com qualquer resultado – claro que evitar a derrota será muito melhor.

Alex

Em São Paulo poucos cogitam que Alex possa defender o Coritiba na próxima temporada. É mais que má vontade com o Coxa; é a negação de que nem tudo na vida é poder, influência e dinheiro.

Atletiba acirrado na nova Câmara dos Vereadores

A nova composição da Câmara Municipal de Curitiba acirrou um “Atletiba” interno, ao menos na soma das preferência clubísticas dos vereadores. Atlético e Coritiba estão empatados na liderança entre os 38 vereadores eleitos, que tomam posse somente em 2013. Junto à atleticanos e coxas, o número dos que não torcem para nenhum time ou preferiram não declarar* torcida antes da campanha. O Paraná aparece somente a frente do Londrina entre os clubes paranaenses citados pelos novos vereadores. Fica abaixo da soma dos que torcem para outros times não-paranaenses. Veja o gráfico acima.

São 9 atleticanos, 9 coxas, 9 que não torcem/não declararam, 6 que preferem clubes de outro estado, 4 paranistas e 1 londrinense. A lista está logo abaixo.

Muda alguma coisa em relação à Copa 2014? Talvez.

CMC: Atletiba acirrado traz alguma consequência à Copa 2014?

De fato, o time do coração não é o que mais pesa na hora de alguma decisão política pró ou contra o Mundial. Ser da base do prefeito ou seguir a determinação do partido no assunto pode ser muito mais significativo em alguma decisão do que somente a preferência esportiva. Outras costuras internas, como troca de apoios, também pesam mais.

Mas, em uma cidade que ainda não comprou a ideia de um Mundial “curitibano”, dividida nas opiniões e nas análises sobre os temas da Copa, a pressão das torcidas pelo sim ou pelo não em um voto pode pesar.

Da “bancada da bola” – candidatos com ligação diretiva nos clubes/torcidas organizadas ou passado como esportista – apenas dois se elegeram: Paulo Rink, ex-atacante do Atlético, e Aladim, ex-atacante do Coritiba. O último, há muito tempo já está na vida pública e até ultrapassou a ideia de que é apenas um vereador “da bola”.

Além disso, ainda faltará a definição do prefeito. O atleticano Ratinho Jr. vai para o segundo turno com o coxa-branca Gustavo Fruet. Ambos, no entanto, devem seguir a cartilha da Copa assinada pelo ex-prefeito Luciano Ducci, paranista.

Ainda é cedo para avaliar se pode ou não haver alguma mudança no panorama político da Copa em função da torcida na Câmara. Mas vale a curiosidade da lista, detalhada abaixo.

Atlético: Dona Lourdes, Jairo Marcelino, Beto Moraes, Professora Josete, Hélio Wirbiski, Edmar Colpani, Paulo Rink, Bruno Pessuti e Paulo Salamuni.
Coritiba: Cristiano Santos, Felipe Braga Cortes, Tito Zeglin, Jonny Stica, Pier Petruzziello, Ailton Araújo, Zé Maria, Aladim e Pedro Paulo.
Paraná: Tico Kuzma, Julieta Reis, Tiago Gevert e Jorge Bernardi.
Londrina: Professor Galdino.
Outros**: Pastor Valdemir, Mestre Pop, Sabino Pícolo, Carla Pimentel, Chicarelli e Geovane Fernandes.
Nenhum/Não declarou: Serginho do Posto, Toninho da Farmácia, Noemia Rocha, Aldemir Manfrom, Chico do Uberaba, Mauro Ignácio, Dirceu Moreira, Rogério Campos e Cacá Pereira.

*Informações obtidas no site do TSE, no Candibook da Gazeta do Povo e em pesquisas pessoais.
** Times citados:  Seleção Brasileira (2), Cruzeiro-MG, Botafogo-RJ, Santos-SP e Corinthians-SP.

O time dos candidatos em Curitiba

De cima para baixo, em sentido horário: Gustavo Fruet no Couto Pereira, Ratinho Jr com a camisa dos Fanáticos, Luciano Ducci recebendo a camisa do Paraná e Rafael Greca, vestindo verde: diferentes times e maneiras de torcer.

Qual o time dos candidatos à prefeitura de Curitiba?

O blog responde a curiosidade e também alerta: é apenas curiosidade. Nessas eleições não defina seu voto pela preferência futebolística do seu candidato, seja para prefeito, seja para vereador.

Muitos eleitores embarcam nas velhas promessas de apoiar o esporte enquanto candidatos cativam o eleitorado por vestirem cores similares. Política e futebol (e religião também) se discutem e se misturam, mas nunca a escolha de um time ou religião deve ser a base de um voto. Lembre-se que você poderá pagar caro e por pelo menos 4 anos por uma escolha errada.

Dito isto, vamos as respostas:

Luciano Ducci: É paranista e corintiano. Sempre se manifestou como torcedor tricolor, mas recentemente, quando da decisão da Libertadores, admitiu preferência pelo Corinthians publicamente, via Twitter. Como boa parte dos curitibanos da velha guarda, torce para dois times – fruto da época em que o futebol local era insipiente. Se é Paraná por ter origem no Colorado ou Pinheiros, não declarou.

Rafael Greca: Raramente se manifesta acerca de futebol, mas é coxa-branca declarado. Recentemente, em um debate, pediu o voto dos atleticanos, “mesmo sendo coxa”; antes, quando Ministro do Esporte, se disse isento: “Sou Coritiba, mas aqui sou Ministro, não tenho time.”

Ratinho Júnior: Divide-se entre o Atlético e o Palmeiras, time do pai, Ratinho. O deputado sempre declarou preferência pelo Furacão no Paraná, mas com origem no norte do Paraná, que tem influência forte dos paulistas, torce também para o Verdão. Como curiosidade, na foto que ilustra o post, está acompanhado do também deputado Stephanes Jr., coxa-branca declarado – ali, vestindo a camisa atleticana.

Gustavo Fruet: De todos, é o que parece mais ligado ao futebol. É coxa-branca, assim como o pai, o ex-prefeito Maurício Fruet, já falecido. Fruet cresceu em Curitiba e por várias vezes já se manifestou na torcida pelo Coritiba.

Bruno Meirinho: Não gosta de futebol, como todo comunista convicto.

Carlos Moraes: É atleticano. Embora não tenha declarado isso no Candibook da Gazeta do Povo, demonstrou preferência pelo Rubro-Negro em um debate na ÓTV.

Alzimara Barcellar: Declarou não torcer para ninguém.

Avanílson Araújo: Mineiro de Governador Valadares, é cruzeirense.

 

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 26/09/2012

Coluna que aborda temas esportivos, em especial os voltados ao Paraná; veiculada semanalmente no Jornal Metro Curitiba

Passo à frente ou populismo?

Oportunismo eleitoral ou não – a descobrir – uma vereadora, candidata à reeleição, reivindicou formalmente junto a diversos políticos (incluindo a presidente Dilma) a inclusão de Curitiba nas sedes do torneio pré-olímpico de futebol de 2016. Politicagem a parte, a ideia deve ser levada a sério pela cidade. A Olimpíada será um evento nacional, embora os holofotes apontem o Rio. Mais do que receber jogos de futebol, Curitiba deve propor-se a ser cidade hospedeira (host) de delegações, envolvendo não só o futebol, mas clubes que possam ser CTs para tênis, basquete, atletismo, etc. A iniciativa já merece nota, mas a execução é o que interessará de fato. Aguardemos.

Patrocínio x burocracia

O Paraná Clube confirmou prospecção junto à Caixa Econômica Federal para estampar a marca do banco na camisa do clube – valores não divulgados. No entanto, a negociação está parada há meses: devedor no INSS, o Tricolor não pode ter apoio estatal enquanto tiver dívida com a União. Por essa razão, a Petrobrás deixou o Flamengo tempos atrás. “Gostaria de dar uma previsão, mas não é possível. Está no nosso jurídico”, me disse Vladimir Carvalho, diretor de marketing tricolor.

Prospecção

Por falar em patrocínios, o Coritiba realiza hoje um evento em São Paulo, reunindo 20 agências de publicidade, para apresentar o projeto do clube ao mercado paulista e buscar apoio de grandes anunciantes nacionais.

Prioridades

O Cianorte perdeu a vaga na Série C em casa, nos pênaltis, para o Mogi Mirim-SP, depois de ter vencido por 2-1 fora. Um dos mais interessados na conquista, o presidente da FPF, não esteve no Albino Turbay. Em campanha política para ser vereador em Curitiba, não viu de perto o futebol paranaense deixar de ter quatro vagas garantidas em campeonatos nacionais. O vice, Amilton Stival, fez às vezes (novamente) da presidência. Em tempo: nenhum deles bate pênalti. Mas dão segurança a quem o faz.

Pouco sobre futebol?

A coluna tem batido na tecla da gestão e visão futura. É de boas gestões que os craques aparecem no gramado. Mas, de olho nas hipóteses de o Estado ter dois clubes na Série A 2013 (ou três na B) refleti desempenho no campo e tabelas. O Coxa preocupa. Pega rivais diretos fora de casa e tem uma reta final com seis equipes entre Libertadores e título. Mas, mais que isso, não joga bem longe do Couto. Já o Atlético mostra evolução, mas decidirá a vaga longe de Curitiba. Numa Série B de raros tropeços, pega São Caetano, Vitória e Criciúma fora. Ambos precisarão buscar pontos na casa dos adversários. O processo é mental, já que a técnica não pode mais ser melhorada.

Emoção, transpiração, amor e paixão. Ou: futebol amador.

por Ana Claudia Cichon*

“Futebol amador eu chamo de cachaça, mas pra nós, lá da vila, isso é champagne”. A definição do dirigente do Urano, Elias Martins, é algo que revela a essência do futebol amador na vida daqueles que se dedicam a este filão do esporte das multidões. Nada me parece mais sincero e verdadeiro do que o futebol que mistura ex-jogadores famosos, ídolos de muitas torcidas, aos garotos da comunidade, que buscam ali uma chance de se destacarem no esporte e almejarem, por que não, uma chance no futebol profissional. Como descrever a cumplicidade que existe entre torcedores e atletas, que separados por questão de um ou dois metros e um fino alambrado trocam opiniões sobre posicionamento e possíveis jogadas durante o jogo?

O Campeonato Amador da Capital, popularmente conhecido como Suburbana, possibilita esta experiência aos que, às 15h30 de todos os sábados, escolhem dedicar algumas preciosas horas a este espetáculo. Enquanto comem os já famosos pães com bife dos estádios, os moradores torcem pelos times de seus bairros, esquecendo se mais tarde irão discutir com os vizinhos sobre os jogos de Atlético, Coritiba ou Paraná.

O Trio de Ferro, aliás, está presente em diversos clubes do amador, com ídolos aposentados que não conseguem largar o futebol. O Bairro Alto, atual campeão da competição, conta com os atleticanos Rogério Corrêa, Alex Mineiro, Douglas Silva e Marcão, além do ex-zagueiro Nem, atual técnico da equipe. Outro jogador que faz parte da memória da torcida atleticana e agora brilha na Suburbana é Luizinho Netto, que atualmente defende o Iguaçu, junto aos coxas-brancas Laércio e Flávio e ao paranista Hideo. No Trieste os destaques ficam por conta de Goiano e Ageu, que durante a década de 90 e dos anos 2000 defenderam a camisa tricolor.

Bairro Alto, atual campeão: luta pra manter a taça começa agora (Foto: Ana Claudia Cichon)

São personagens como estes e muitas outras histórias interessantes do amador que você pode acompanhar a partir de hoje no blog. A Suburbana inicia a sua segunda fase neste sábado (25), com oito clubes decidindo vaga nas semifinais através dos quadrangulares. Todos os jogos são realizados às 15h30.

Grupo A

Iguaçu x Novo Mundo (Estádio Egídio Pietrobelli)
Trieste x Bairro Alto (Estádio Francisco Muraro)

Grupo B

Combate Barreirinha x Urano (Estádio Recanto Tricolor)
Santa Quitéria x Nova Orleans (Estádio Maurício Fruet)

*Ana Claudia Cichon, jornalista, é apaixonada por futebol amador e vai colaborar com o blog semanalmente na cobertura da Suburbana, com histórias, imagens e a avaliação do pão com bife – aquele que você só encontra na várzea curitibana.

Copa 2014: análise do debate dos candidatos a prefeitura sobre o tema

Clima de eleições e o prefeito a ser eleito carregará a marca de ter sido o “prefeito da Copa em Curitiba.” Marca que todo político quer para, através do esporte, propagar-se como benfeitor público. Ser prefeito é mais que isso, claro. E a Copa também. O blog, como de praxe, não se omite e apresenta uma análise do que foi visto na TV sobre o tema.

Estigmatizada em Curitiba como se fosse um evento ruim, a principal competição esportiva do Mundo foi debatida pelos candidatos a prefeitura numa ótima iniciativa da ÓTV, canal fechado da RPC – parabéns a Marcelo Dias Lopes e toda equipe. É papel da imprensa debater os principais temas da cidade e, apesar de ter sentido falta de alguém mais ligado à editoria do esporte da emissora, Herivelto Oliveira conduziu bem o debate. Que, infelizmente, ficou um pouco esvaziado.

Isso porque três dos candidatos cancelaram a participação em cima da hora – segundo a emissora, chegaram até a se reunir para determinar as bases do debate. Uma pena para Luciano Ducci (PSB) que concorre à eleição e chegou a dizer que sonha em ser o “prefeito da Copa”; demonstrou interesse zero na hora errada.

Ruim também para Ratinho Júnior (PSC), que atirou a esmo para ser populista e acertou no Atlético, acusando o clube de falta de transparência na condução do empréstimo do BNDES, cujos termos são públicos. Poderia ter se explicado melhor.

Também nada legal para Gustavo Fruet (PDT), notório torcedor do Coritiba, que poderia manifestar-se acerca de suas ideias para o Mundial como amante do esporte e membro ativo da comunidade política, questionando muita coisa que desagrada até mesmo a si, como torcedor, na condução do projeto.

Os candidatos que estiveram presentes (e mais duas participações via entrevista dos postulantes sem representatividade no congresso) debateram variados temas. Abaixo, a análise da participação de cada um, na visão do blogueiro, ordenados por qualidade nas participações.

Comente você também, no espaço abaixo, e assista ao debate clicando aqui para ter suas próprias impressões.

Alzimara Bacellar (PPL)

Com uma participação relâmpago, foi fantástica, respondendo espontaneamente com simplicidade e objetividade o que nenhum outro candidato fez antes de ser provocado: um projeto para a Copa em Curitiba. Propôs a construção de um sistema educacional que atenda trabalhadores, capacitando-os em línguas, hotelaria e turismo, para aproveitar o contingente de visitantes durante o evento.

Rafael Greca (PMDB)

Ex-prefeito de Curitiba, Greca foi bem no debate sobre a Copa 2014 na cidade. Mostrou conhecimento ao contestar a ideia de que Potencial Construtivo seria dinheiro público (se disse co-criador do sistema), mas fez válida ressalva sobre o inchaço da quantidade de papéis no mercado, o que poderia provocar desequilíbrio no zoneamento urbano de Curitiba. Cobrou contrapartidas do Atlético, beneficiário do sistema e parceiro da cidade no evento, tais como a criação de um espaço de desenvolvimento esportivo público anexo ao estádio (o projeto prevê isso e a construção de uma escola pública no CT do Caju). Reconheceu a importância do evento, mas lembrou que a Copa não é a tábua de salvação da cidade. Discutiu ainda cada ponto de investimento via Copa de mobilidade urbana, tais quais os eixos de transporte. Prometeu investir R$ 1 em saúde, segurança e outros, para cada real investido na Arena. Coxa-branca histórico, Greca evitou o clubismo e até brincou, dizendo que também quer o voto dos atleticanos.

Carlos Morais (PRTB)

O jornalista, que militou ao lado do ex-governador Roberto Requião na TV Educativa durante o período de indicação de Curitiba para a Copa, preferiu fixar-se em um projeto de comunicação para o turismo no Mundial, através de folders. Mostrou-se contrário a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante os jogos e explicou que se trata de uma filosofia – cada sede regional terá opção para decidir a favor ou não da venda, mas a FIFA, patrocinada por uma cervejaria, pressiona para que todas adotem a prática. Lamentou a realização de apenas quatro jogos do Mundial na cidade e criticou a gestão dos orçamentos das obras da Copa, colocando em xeque os valores divulgados. Cobrou bem a construção de outros centros esportivos espalhados pela cidade além da Arena, citando também a Vila Capanema como exemplo de agente beneficiário futuro dos incentivos da prefeitura.

Bruno Meirinho (Psol)

O mais jovem candidato a prefeitura mostrou-se despreparado para o tema. Partiu para o populismo ao afirmar que os recursos deveriam ir para casas populares, esquecendo-se de que a cidade que os recebe só o faz porque é sede do Mundial, no projeto nacional da Copa. Fez o mesmo em relação ao Potencial Construtivo e ainda minimizou a importância de ações durante a Copa. A melhor participação foi quando fez jus aos conceitos socialistas e bradou (justamente) contra a aprovação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios por imposição da FIFA, o que demonstra o controle da entidade sob a soberania nacional. Ainda questionou supostos acordos nas cúpulas do Governo, para beneficiar-se dos recursos de eventos como Copa e Olimpíada. Propôs um plebiscito sobre a Copa, mas não explicou qual é a discussão a ser votada. Seria retirar a candidatura da cidade?

Avanílson Araújo (PSTU)

Criticou a vinda da Copa ao Brasil e foi o primeiro a tocar no tema no tema das desapropriações, ignorado até então, mas pelo pouco tempo, não conseguiu aprofundar. Disse ser contra a realização do Mundial no País – um posicionamento válido porém tardio e ineficaz para o que se apresenta.

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 22/08/2012

Internacionalização

Coritiba e Grêmio, hoje à noite, no Couto Pereira. O tempo ajudou o Coxa nesse plano de internacionalização. Em Porto Alegre, a chuva segurou o embalo do Grêmio, que pegava um Coxa fragilizado. Os gaúchos fizeram 1-0. As semanas passaram desde o primeiro jogo e o momento ruim do Alviverde parece estar passando. O empate com o Vasco, jogando bem, e os 4-0 sobre o Cruzeiro dão novo alento para a disputa da vaga. Não será fácil: não pode tomar gol sob pena de ter de fazer sempre dois a mais e pega a escola “copeira & peleadora” gremista. Mas dá. E se passar, pega Cobreloa ou Barcelona do Equador (adversário na Libertadores 1986) na fase internacional.

O Derby da Rebouças

O jogo, que chegou a ser o principal do Estado no início dos anos 2000 quando os rivais da Rua Engenheiros Rebouças decidiram dois estaduais (2001 e 02) e representaram o futebol da terrinha na Série A sem o Coritiba em 2006 e 07, acontecerá no sábado na Série B pela primeira vez na história. Atlético e Paraná chegam iguais. Se o Tricolor joga em casa, o Furacão vem de três vitórias seguidas. Um empate mata os dois. A vitória coloca o Rubro-Negro em condições de brigar pelo acesso, algo que chegou a estar ameaçado; o mesmo, em menor escala, vale para o time da Vila. Jogo bom de ver, como há muito ambos não disputam entre si.

Despertar

Fora de campo, o Atlético parece ter mesmo despertado. A diretoria negociou com o J. Malucelli a volta à Curitiba, instalando arquibancadas modulares para até 9.999 torcedores e jogará no Barigui. O número é para atender ao Estatuto do Torcedor. Tivesse pensado isso antes e talvez o time estivesse em melhor situação na B. Além disso, um novo time chegou. Da estreia para o último jogo, apenas Manoel e Deivid se mantiveram titulares. Dois da casa, como Harrison, que está sumido, assunto que a coluna abordou há algumas semanas. Esclareceu o procurador dele, Pablo Miranda: “Nunca houve proposição de troca de procurador. Estou com ele desde 2009. Teve duas lesões graves e está se recuperando. É apenas o primeiro ano como profissional.”

Eleições

Meu voto vai para o primeiro candidato que formular uma proposta de inclusão de Curitiba na Olimpíada de 2016, organizando uma comissão que trate do incentivo ao esporte nas escolas municipais, a construção de um ginásio poliesportivo municipal e um comitê que traga para a cidade uma ou mais delegações para treinamentos e hospedagem, gerando renda para a cidade. Além disso, valorize o Mundial 2014, cobrando as contrapartidas do Atlético e assumindo o evento de peito aberto, abrindo as negociações, realizando ciclos de debates com profissionais e preparando o comércio e o cidadão para receber bem e rentabilizar com o turista na Copa. Quem se habilita?

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 25/07/2012

Visão de longo prazo

Começa hoje o futebol olímpico, competição que abre Londres 2012 mesmo antes da cerimônia de abertura de sexta-feira. Até 12 de agosto, o Brasil vai ampliar o guarda-roupa esportivo: chuteiras ganham companhia de raquetes, toucas, luvas e redes, na atenção dos torcedores. A cada quatro anos é assim; entre eles, infelizmente, o esporte olímpico (por vezes chamado de amador) não consegue o mesmo espaço do futebol – salvo exceções. A obscuridade de outras modalidades é por falta de apoio ou interesse? Ovo ou galinha? Não importa: em quatro anos, somos nós, brasileiros, que receberemos os Jogos Olímpicos. Seja ovo ou galinha, é hora de planejar o aumento da produção.

Paraná 2016, Curitiba 2016

Engana-se quem pensa que apenas o Rio de Janeiro será sede e terá lucro e desenvolvimento com os jogos. Curitiba também pode. Mas para isso, tem que querer e começar já (de fato, está atrasada). Anotem, políticos. Dois anos depois de receber a Copa 2014 – megaevento ainda ligeiramente desprezado na capital, sabe-se lá porque – a cidade pode ser parte da Olimpíada 2016. Nesse ano, Londres receberá 203 delegações, com 10500 atletas. Terá quase 1 milhão de pessoas a mais na população durante os jogos. Mesmo a capital britânica não suporta o volume de delegações que precisam de infraestrutura de treinamentos. Não a toa dividirá com outras cidades. O futebol, por exemplo, terá sedes em seis cidades – até mesmo Glasgow, na Escócia. A renovação do Tarumã (ou um novo ginásio), a Arena da Copa e os demais estádios, os CTs dos clubes, a Sociedade Hípica, os clubes sociais e suas quadras, piscinas e tatames, o velódromo do Jardim Botânico – se reformado. Locais que, se planejados com quatro anos de antecedência, podem abrigar uma ou mais delegações em Curitiba, que está 1h30 distante do Rio, de avião. Obras que deixarão um legado esportivo para a cidade – se os dirigentes tiverem cabeça, interesse e planejamento para fazê-lo.

Pensar grande

Edgar Hubner, curitibano, é o coordenador do COB no Crystal Palace, o “CT” brasileiro em Londres. Apresentei um evento voltado ao segmento hoteleiro e alimentício de Curitiba no qual ele foi o principal palestrante. Fez o alerta, deu a dica: pensar grande, se estruturar e se oferecer para que países se hospedem na capital em 2016. Gente que vai precisar de ambientação no Brasil e pode encontrar local familiar em Curitiba, como canadenses, alemães, etc. Geração de renda e infraestrutura. Bom para todos.

As chances em 2012

Em campo (ou quadras, etc), a promessa é de que o Brasil faça sua melhor olimpíada, antes do próximo ciclo olímpico, que será em casa – o que costuma ser reflexo de muitas medalhas. Futebol feminino e masculino, vôlei, de quadra e praia nos dois gêneros, basquete masculino, judô, boxe, vela e natação devem trazer medalhas. Reais possibilidades de termos entre 6 e 10 ouros – um recorde.

P.S.: Estarei na transmissão de Honduras x Marrocos, quinta 26/07, 7h45 da manhã, pelo futebol masculino, grupo D, no portal Terra. Imagem em HD, disponível para computadores, tablets e celulares. Veja mais abaixo.

Copa 2014: Gestor municipal fala sobre o Mundial

Durante o Footecom Curitiba 2012, conversei com Luiz de Carvalho, gestor de Curitiba para a Copa 2014. No papo, algumas questões básicas mas ainda não muito claras para o cidadão comum: qual a real importância da Copa para a cidade? Por que não se vê ação de marketing sobre o Mundial em Curitiba? Como combater a rejeição de alguns segmentos quanto à Copa 2014 na cidade? A quem interessa a Copa afinal?

Ouça e comente mais abaixo!

Paraquedismo em Ponta Grossa

Divulgação a pedido do jornalista Robson Paduan, em incentivo a outros esportes

A empresa Drago Air, em parceria com a Federação Paranaense de Paraquedismo (Fepar), inaugura neste sábado (19), no aeroporto Santana, em Ponta Grossa, o Centro Drago Air de Paraquedismo. A estrutura irá abrigar as principais escolas de Curitiba e Região, com experientes atletas e instrutores, além de contar com uma das melhores e mais seguras aeronaves do mundo para a prática do esporte, o Pilatus Porter PC6.

De acordo com presidente da Fepar, Clausius Sgarbi, o paraquedismo tem crescido no Brasil, tanto como esporte quanto como atividade de lazer para os mais corajosos e aventureiros, e o Paraná é o 2º Estado com o maior número de atletas, atrás apenas do São Paulo. “O paraquedismo vive um bom momento no Brasil e o Paraná é um Estado de forte presença no esporte. Nossos atletas se destacam no cenário nacional e internacional e, a partir de agora, com essa estrutura e a união das escolas envolvidas, o nível irá crescer ainda mais”, afirma.

Outro benefício que o espaço irá trazer é para aqueles que sonham em voar, em fazer um salto duplo de paraquedas ou mesmo de iniciar no esporte como atleta. “Nós fizemos uma parceria com a Insano Energy Drink, uma empresa aqui mesmo do Paraná que apostou no crescimento do esporte. Com isso, trouxemos a melhor e mais segura aeronave do mundo para atender atletas e aqueles que querem fazer um salto duplo”, ressalta o proprietário da Drago Air, Thiago Peretti.

A iniciativa tem o apoio da Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq) e irá abrigar as escolas Fly Curitiba, Go Jump e Skull Paraquedismo. O espaço terá, também, área de lazer, lanchonete, além de contar com equipamentos de última geração para treinamento e realização de saltos duplos. “Estamos protagonizando uma nova era do paraquedismo no Paraná e estamos prontos para receber aqui atletas e visitantes de todo o Brasil e do exterior”, finaliza o presidente da Fepar.

O Centro Drago Air de Paraquedismo fica no Aeroporto Santana, em Ponta Grossa, há 100 km de Curitiba. O espaço funciona todos os fins de semana, a partir do próximo sábado (19). Para mais informações acesse http://www.dragoair.com.br ou ligue (41) 3072-7756.