Abrindo o Jogo Entrevista: Mauro Holzmann

Mais uma da série Abrindo o Jogo Entrevista, desta vez com o diretor de comunicação e marketing do Atlético, Mauro Holzmann.

Em um bate-papo franco, Holzmann criticou a postura da cidade quanto à Copa 2014, detalhou alguns projetos do Atlético, afirmou que o clube ainda tenta mandar jogos em Curitiba na Série B nacional e falou sobre os “tuitaços” de Mário Celso Petraglia: “O presidente é emocional, é um fanático como muitos outros.”

Assista e comente!

Outras Entrevistas da Série:

Vilson Ribeiro de Andrade (Coritiba) – Clique para ver

Vladimir Carvalho (Paraná) – Clique para ver

 

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 13/06/2012

Mais que um jogo

Estive no interior do Paraná durante o feriado. A predileção dos nortistas pelo futebol paulista não é novidade. O Paraná, futebolisticamente falando, começa em Paranaguá e termina em Ponta Grossa. Por isso, São Paulo x Coritiba na noite de amanhã não é apenas mais um jogo: é uma daquelas chances que o futebol da terrinha tem de demonstrar que há competitividade suficiente para que os paranaenses comecem a adotar os times do Estado. Entre 2001 e 2006, envolvido em disputas nacionais, o Atlético rompeu um pouco essa barreira; agora é a vez do Coxa, pela segunda vez seguida em uma semifinal de Copa do Brasil. Vale muito.

Rafinha subiu no telhado?

E justamente pela importância da partida é que se estranha que Rafinha, principal estrela do elenco, foi liberado pelo departamento médico e pediu para não jogar. Pela cidade, corre o boato de que ele está de malas prontas para o futebol asiático, em negociação que envolve a LA Sports, parceira do clube. Não é impossível, mas não é o que o clube diz. Mesmo liberado, Rafinha pediu para não jogar porque jogou sem estar 100% nas finais do Paranaense e voltou a sentir. Então pediu para não atuar amanhã no Morumbi. De uma forma ou de outra, o Coritiba tem que aprender – e já tem tentado – a viver sem Rafinha.

Adiós, Carrasco

Ainda na tarde de segunda-feira, recebi a informação de que a diretoria atleticana iria demitir Juan Ramón Carrasco. Ela só se confirmou na manhã de ontem. Carrasco deixa o Atlético seis meses depois da queda para a segunda divisão nacional com um problema e tanto para o próximo treinador: elenco fraco. A troca de técnicos é a solução mais à mão para qualquer clube em mau momento. Nem sempre é a correta. O auxiliar de JR Carrasco, Omar Garate, afirmou entre outras coisas, que o atacante uruguaio Morro Garcia treina bem, mas não pode ser escalado. Contratação polêmica da antiga diretoria, Morro teve poucas chances – não aproveitou-as bem – e é jovem. Pode simbolizar uma das razões da saída do técnico: a de que a diretoria passou a influenciar diretamente nas escalações.

Sol e peneira

Carrasco começou o ano a mil, colocando o Atlético no 4-3-3 e contando com Harrison como revelação, junto com outros jovens que estavam bem, como Ricardinho e Bruno Furlan. Harrison sumiu do time sem muitas explicações. Uma das possíveis é que não quer trocar de procurador para renovar contrato. O elenco foi sentindo as competições e demonstrou ser fraco. Não foi reforçado à altura. Trocar o técnico é tapar o Sol com a peneira: sem trazer jogadores e dar liberdade ao novo treinador, o Atlético caminha para um 2012 ainda mais amargo.

Retratos

Aproveitei o feriado prolongado para visitar familiares no norte do Paraná. A predileção dos paranaenses nortistas pelo futebol de São Paulo não é mais nenhuma novidade e já foi abordada no Videocast #005.

Mas graças a alguns novos amigos e a TV a Cabo, não é mais impossível acompanhar os times da capital por lá. E assim sendo, consegui ver no sábado um pouco dos jogos do final de semana, com as derrotas de Atlético e Coritiba e a vitória do Paraná, no finzinho do jogo.

Entre um jogo e outro, apesar do assunto principal na região ser Corinthians x Santos, alguns se interessaram em saber como anda o futebol paranaense. Respondi que incorremos num erro, amparados sobre uma leitura errada do conceito de “isonomia”: a de que os três são iguais entre si e sempre que há uma análise, deve ser feita em conjunto. É um erro clássico, que mais atrapalha do que ajuda os clubes locais. Não são iguais, especialmente nesse momento. E cada qual deve ser lido e analisado como exclusivo.

O Coritiba, por exemplo. Começou mal o Brasileiro, mas dado o equilíbrio da competição, uma solitária vitória o mantém longe da famigerada zona de rebaixamento. Mas o Coxa, único representante paranaense na elite nacional, não deve ser comparado aos rivais sob qualquer prisma.

O peso de uma análise sobre o Coritiba deve ter somente o seu momento. E no jogo contra o Flamengo ficou claro que o problema está na ausência de um camisa 9 competente. O time do Flamengo é fraco. E ao repatriar Adriano e manter o reinado da balbúrdia em seu elenco, o time carioca deve sofrer nesse Brasileirão. No entanto, dominar o jogo durante boa parte do tempo não impediu o Coxa de perdê-lo. Ao contrário: à distância, o placar de 1-3 é incontestável.

A verdade é que dentro das expectativas, o Coritiba tem mesmo que se dedicar ao máximo aos dois jogos da Copa do Brasil que o separam da final. E então tentar o único título nacional que passa a ficar ao alcance dos times da terrinha. A longo prazo, será impossível competir com Corinthians, São Paulo, etc., dado o poderio financeiro desses clubes. Enquanto o Coxa pena para achar um 9 que cabe no bolso, o Corinthians dispensa Liédson. Disse aos colegas do interior que não se deve esperar mais que um 8o a 12o lugar desse time do Coritiba, mas que o São Paulo – time da preferência de alguns por lá – que bote as barbas de molho, porque em mata-mata, há a possibilidade.

Dentro do nosso costume “isonômico” de tratar o Trio, diferente entre si, da mesma maneira e com o mesmo espaço, o maior crime que se comete é com o Paraná Clube.

Equiparar o Tricolor – outrora até superior em campo e em patrimônio – à dupla é retardar a recuperação do clube. É exigir de quem não tem recursos o mesmo poder de fogo dos demais. Em Maringá, onde também estive, alguns assistiram aos jogos contra os Grêmios pela Série Prata. Ou ao menos disseram que assistiram, já que a própria cidade não sabe quem abraçar entre os dois clubes locais. Fato é que o Paraná, curiosamente o único a vencer no final de semana, não pode ser cobrado no nível dos outros clubes da capital. Tem menor aporte, menor poder financeiro. Briga para voltar à elite paranaense e se manter na Série B nacional. Será um ano a se comemorar se as coisas acabarem assim, com um resgate mais humilde. E isso deve ser passado ao torcedor. O Paraná hoje é menor que os rivais – o que não significa que o amor da torcida, buscando apoiar, participar e compreender, deva ser.

A decepção fica por conta do Atlético.

Mais do que o elenco fraco (foi vice-campeão em um campeonato de dois clubes, com derrotas e tropeços para equipes semiamadoras como o Roma de Apucarana), ou as invencionices do técnico, o problema atleticano é psicológico. O clube segue rachado. Maior orçamento da Série B, o Furacão passa longe de fazer jus ao apelido.

Em campo, um time que não tem laterais, tem apenas um zagueiro, um volante e um meia já em idade avançada, repatriou eternas promessas e fez apostas duvidosas em reforços. Um time barato, mas ineficaz. E acredito que seis meses depois da posse da nova gestão, já se possa fazer essa avaliação. E aqui entramos no real problema do Atlético, que tem recursos para buscar as soluções no gramado: a política. Criticar as escolhas da atual gestão não significa esconder o que foi mal feito no passado. Ao contrário: o passado, passou.

O Atlético hoje se escora nos erros de uma gestão infeliz em 2011 e na revolução de 1995, como se isso bastasse para que o time vencesse times de poder de fogo muito menor, como Boa Esporte e CRB. O passado vitorioso não garante um futuro vencedor, nem a canonização de quem o fez. A diretoria atual vive um estado de negação. Um distúrbio psicológico que impede os gestores de assumirem escolhas erradas e mudarem o rumo das coisas. Quem critica, é contra, é “talibã”, é adversário.

Pior do que a negação é a ausência total de compromisso com a transparência no encaminhamento do projeto de futebol do clube. A gestão de futebol jamais veio a público explicar como o Atlético retornará à elite nacional, critérios de contratação e dispensa, padrão de jogo e tudo mais; limitam-se a dizer o óbvio: o projeto é subir. Em uma das poucas aparições públicas, o diretor de futebol atleticano se mostrou indiferente às cobranças de alguns torcedores. Ao que parece, a cúpula rubro-negra vive em um mundo maravilhoso, onde em breve, mesmo sem reforços, esse time jogará como nunca e ascenderá à elite sem dificuldades. E quando isso acontecer, ai dos “detratores”. Nesse racha, nesse cenário, o Atlético está andando para trás.

Foi então que um dos colegas soltou um “que pena” e voltou a falar de Corinthians x Santos. Sequer pude condená-lo. Mas, como disse no videocast, ao menos o Coritiba terá uma chance, depois de amanhã, de tentar mudar um pouco essa história.

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 16/05/2012

Ainda o estádio
“O Atlético transferiu pra CBF a responsabilidade. A Copa do Mundo é da CBF, nossas obras são para a Copa, ela que indique o estádio. Jogaremos onde a CBF indicar, até na China.” Esse é Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético, em entrevista ao jornalista Oswaldo Eustáquio, da TVCI canal 14, sobre o local onde o Atlético deve mandar os jogos na Série B do Brasileiro. O prazo para indicação do local ao menos do primeiro jogo, dia 5 de junho, acaba hoje. Couto Pereira, Vila Capanema e até o Caranguejão, em Paranaguá, estão na lista. O presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, esteve na CBF ontem, depois de dar novas entrevistas negando a intenção de alugar o estádio. A diretoria do Paraná, por sua vez, também já afirmou que não quer alugar mais a Vila Capanema. Todos têm sua dose de razão e pecou-se pela falta de diálogo. Seja qual for a decisão da CBF, alguém sairá desagradado.

Copa do Brasil
Em campo, por ora ainda na Vila Capanema, o Atlético recebe o Palmeiras. Jogo bom para esquecer o fracasso no Estadual e tentar chegar pela primeira vez às semifinais da Copa do Brasil. Confronto muito igual. Palmeiras conta com Marcos Assunção, Valdívia e o recém-chegado Mazinho como armas; já o herói-que-virou-vilão Guerrón é a grande arma atleticana. Na gangorra do futebol, jogo bom pra ele se recuperar. Em Salvador, tem Coritiba e Vitória. Com a moral do tri-estadual, Coxa pega o vice-baiano, que tem o artilheiro do Brasil, Neto Baiano, 31 gols. Trazer um empate com gols é de se comemorar. Confronto muito parelho também, com leve favoritismo coxa – mas que passa muito por bom resultado hoje.

E o Brasileiro?
Copa do Brasil hoje, Brasileirão Séries A e B já no final de semana. Tricampeão estadual, o Coritiba é o único paranaense na elite. Objetivamente, com os times que vieram até aqui, Coxa briga pelo G10. Está atrás de Santos, Corinthians, Fluminense, São Paulo, Vasco e Internacional. Se reforçar, pode sonhar com Libertadores. O resto dos times é igual ou pior. Na Série B, Atlético brigará pelo G4 com emoção com o elenco atual. Se reforçar, cumprirá a obrigação de subir. É o grande time da segundona 2012. Tem como adversários Guarani, Vitória, Goiás, Avaí, Ceará e Criciúma. O Paraná corre por fora. Tem potencial pra sonhar, mas tem as limitações de sempre, a começar pelo dinheiro. Outro problema do Tricolor é a maratona de jogos. Jogou segunda, joga hoje em Rolândia, sábado contra o Guarani, terça contra o Goiás. Sobra na B local, mas não terá moleza na nacional. E se não ganhar os dois turnos locais, compromete o calendário em mais dois jogos, se obrigando a jogar semifinal e final, mesmo se tiver melhor campanha. E não pode abrir espaço na B nacional, para não sofrer. Caiu no campo, mas a desorganização das tabelas e regulamentos é um crime contra o Paraná Clube.

Mini-guia da Copa do Brasil, fase IV

Tínhamos quatro, agora seguem apenas dois paranaenses na Copa do Brasil. Mas, pensando bem, não é justo o uso da palavra “apenas” para medir o desempenho de Atlético e Coritiba na principal competição nacional do primeiro semestre. Melhor pensar que, dos oito clubes restantes, 25% são daqui. Outros 25% são da Bahia, 25% de São Paulo, 12,5% de Goiás e 12,5% do Rio Grande do Sul.

Agora não tem mais moleza (se é que algum dia teve) e dentro do que eu entendo ser possível, a dupla Atletiba está atingindo o limite previsto: aposto em ambos nas semifinais e, dali por diante, o que vier é lucro.

Para isso, ambos têm que vencer seus desafios. Vamos então à analise, por ordem cronológica:

Atlético x Palmeiras

Ida: 16/05 – 19h30 – Vila Capanema, Curitiba
Volta: 23/05 – 22h – Arena Barueri, Baruei

O Palmeiras foi o algoz do Paraná Clube na fase anterior e voltará à Curitiba um pouco mais fortalecido do que quando pegou o Tricolor, ainda padecendo da eliminação no Paulistão 2012. Isso já ficou pra trás com as duas vitórias na fase anterior e com a chegada de um atacante que estreou na Vila Capenama: Mazinho.

Mazinho fez dois gols e participou de outro nos 4-0 sobre o Paraná. Contratado junto ao Oeste-SP, foi apelidado pela torcida palestrina como “Black Messi”. É rápido, habilidoso e bom de arremate. Os demais nomes perigosos do Palmeiras continuam sendo Marcos Assunção, Barcos e Valdívia. E Felipão no banco. Vale lembrar que o ex-coxa-branca Henrique, zagueiro, está fora do primeiro jogo, suspenso por expulsão.

Na história, vantagem alviverde: 17 vitórias contra 7 do Furacão – em 35 jogos desde 1968. O Atlético, que jamais passou para as semifinais, terá outro tabu: em dois confrontos pela Copa do Brasil contra o Palmeiras, foi eliminado nas duas vezes. Em 1992, duas derrotas: 0-1 e 1-3. Em 2010, uma derrota e um empate: 0-1 e 1-1 na Arena, com gol do atual coxa-branca Lincoln já no finzinho do jogo:

Mas a série ficou marcada mesmo pela briga entre o ex-atleticano Danilo e o zagueiro Manoel, ofendido pelo ex-companheiro, num episódio lamentável de racismo, lembrado nessa reportagem da TV Bandeirantes:

Se passar pelo Palmeiras, o Furacão pega o vencedor de Grêmio x Bahia nas semis.

Coritiba x Vitória

Ida: 16/05 – 21h50 – Barradão, Salvador
Volta:  23/05 – 22h – Couto Pereira, Curitiba

Tricampeão paranaense, o Coxa mal teve tempo de comemorar e já atravessou o País para pegar um vice-campeão estadual: o Vitória. O time baiano perdeu o título em confronto com o maior rival, Bahia, após dois empates. É possível que ainda sinta o golpe, mas está longe de ser uma galinha morta. Na fase anterior, superou o Botafogo vencendo o jogo no Rio de Janeiro. E tem o artilheiro do Brasil na temporada: Neto Baiano, com 31 gols entre Baianão e Copa do Brasil.

O Vitória é comandado por um interino, Ricardo Silva, que substituiu Toninho Cerezo no comando em meio ao Baiano 2012. O zagueiro Rodrigo Silva (ex-Santos), o volante Robston (sim, aquele) e os meias Geovanni (ex-Barcelona), Tartá (ex-Atlético) e Lúcio Flávio (que começou no Paraná) são os rostos mais conhecidos do rubro-negro baiano, que ainda tem os ex-coxas-brancas Rodrigo Mancha e Pedro Ken, autor de um golaço contra o Botafogo na última fase:

http://www.youtube.com/watch?v=0SYQy5kUZYA

Na história, vantagem coxa-branca com 11 vitórias e oito derrotas em 26 jogos. As equipes nunca se enfrentaram pela Copa do Brasil.

Atual vice-campeão, o Coxa tenta chegar pela quinta vez na história às semifinais.

Se passar pelo Vitória, o Coritiba encara São Paulo ou Goiás nas semifinais.

Atletiba #351: ainda a arbitragem – mas era pra ser mais que isso

Foi um grande jogo. Placar de 2-2 e vantagem pequena para o Coritiba, que agora decidirá em casa, onde não perde há 4 anos para o Atlético – que, de quebra, terá que fazer jogo duro em MG, contra o Cruzeiro, enquanto o Coxa descansa.

O Atletiba 351 merecia ser lembrado pelas alternativas: o Coxa que saiu na frente em jogada individual de Éverton Ribeiro, limpando bem o bote errado de Bruno Costa e batendo com o “pé ruim”, segundo ele. Menino tem estrela em clássicos; poderia também ser lembrado pela insistência de Liguera no primeiro gol atleticano, ao brigar pela posse de bola duas vezes, até que no bate-rebate, sobrasse para Bruno Mineiro. Que se não é um Batistuta, mete gols (não a toa tem 12 gols, mesmo tendo ficado de fora de quase todo o segundo turno). O insistente Liguera também dividiu com Vanderlei, que falhou no gol da virada rubro-negra; depois, Anderson Aquino empatou, premiando a ousadia de Marcelo Oliveira em detrimento do erro de Juan Carrasco, que sacou Ricardinho para entrada de Zezinho, recuando o time. Oliveira foi pra cima e buscou o empate.

Mas aí começam as reclamações. E, sempre com a ressalva de estar horas depois, com o controle da TV na mão, peguei mais um piolho na arbitragem ruim de Evandro Rogério Roman, que pelo porte físico acima do peso mostra que a Secretaria de Esportes lhe está dando prosperidade.

Anderson Aquino estava impedido no gol de empate do Coxa. Vi, revi o lance, voltei a imagem, já no Revista RPC. Tarde, mas válida observação por que vai de encontro ao evidente: a arbitragem paranaense está em baixa. Primeiro, a imagem:

Emerson toca na bola para driblar Manoel e ela sobra para Aquino, impedido
O vídeo abaixo tem os melhores momentos da partida. Em velocidade, percebe-se melhor, no ângulo lateral, o erro de arbitragem que ia passando batido:

http://www.youtube.com/watch?v=Y9-0_Mj6Fi8&feature=related

Update: link com a imagem da Revista RPC:

http://redeglobo.globo.com/platb/rpctv-revistarpc/2012/05/07/decisao-do-paranense-ficou-para-o-segundo-atletiba/

Não foi o único erro. Quando o jogo estava 2-1 para o Atlético, houve um pênalti claríssimo de Bruno Costa, ao tocar com a mão na bola dentro da área:

E ainda com o placar em 2-1 Furacão, um pênalti claro de Lucas Mendes em Zezinho, no link abaixo no site da TV Globo:

http://globotv.globo.com/globocom/tempo-real/v/polemica-zezinho-cai-na-area-mas-o-juiz-manda-seguir-aos-26-minutos-do-segundo-tempo/1935373

Não foi por falta de aviso: o campeonato inteiro foi repleto de erros de arbitragem. Como a questão se tornou política, esqueceram de se preocupar com a qualidade. Mas os dois melhores, Heber e Roman, vivem má fase. Pelo físico, Roman já está pensando em se aposentar. E Heber Lopes segue o mesmo caminho, apitando de longe os lances.

Já está virando folclore, claro. Afinal, o Atlético sempre acaba tendo algo a reclamar e, como a vantagem recente do Coritiba em clássicos perdura, tudo caminha para chacota. Normal para os torcedores.

Mas para quem dirige o futebol paranaense, não. Não creio em teorias da conspiração. Não seria a mesma FPF que brigou com o Coxa pelo uso do Couto Pereira ao Atlético que iria armar um campeonato para o Alviverde. A resposta é bem mais simples: desqualificação.

Ainda há tempo de pensar em árbitros melhores para a finalíssima.

Fiasco

Alguém, escrevendo em tom parecido com o que o presidente Mário Celso Petraglia usa em seu twitter pessoal, usou a ferramenta de comunicação do clube para culpar a arbitragem (nada sobre o lance de Anderson Aquino, acredito que a primeira menção seja aqui no blog) e… “desabafar” contra o momento do próprio clube.

Um fiasco. O twitter do clube, com cerca de 40 mil seguidores, é uma ferramenta institucional de comunicação. Não pode se prestar a desabafos de quem quer que seja. Se foi um estagiário ou profissional contratado, deve ser identificado e responder por isso; se foi o presidente, que já negou (mas tem um estilo muito característico de se expressar para ser confundido), pior ainda, pois teria se apossado de um meio institucional que ele mesmo prega ser o melhor canal de comunicação do clube. Provou que, nesse caminho, está longe disso.

Aliás, o próprio TJD-PR pode impor uma sanção ao clube, que tem meios oficiais para reclamar, protocolando na FPF.

Feio.

Vantagem

Uma semana para descansar, tratar Rafinha, defender um tabu de 4 anos, com casa cheia. O Coritiba é favorito para ser campeão, embora seja uma vantagem muito curta, já que os times são parelhos. Joga só pela vitória (novo empate e teremos pênaltis) mas evitou que o Atlético usasse o seu mando de campo como arma.

Longe de dizer que o Atlético está morto, porque não está. Mas existe uma pequena e inegável vantagem para que o Coxa chegue ao tri-estadual.

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 02/05/2012

A rivalidade

O Atlético reencontra o Cruzeiro hoje, na Copa do Brasil, quase cinco meses depois de ser rebaixado na Série A do Brasileiro em disputa direta com os mineiros. Historicamente aliados – inclusive com torcidas organizadas amigas – os dois clubes vivem um momento conturbado na relação. O Furacão foi prejudicado por um erro de arbitragem no jogo entre as equipes em Minas (1-1) quando teve um gol anulado que poderia livrá-lo da queda. Após fracassar por conta própria e perder para o América-MG (que recebeu incentivo financeiro do Cruzeiro e da FMF para vencer por 2-1) ainda viu a vitória no Atletiba 348 (1-0) não adiantar nada, já que o Cruzeiro venceu o clássico mineiro por 6-1 sobre o Galo, até então a melhor defesa do 2º turno. O jogo criou uma aura suspeita, nunca apurada, de que houve manipulação de resultados. A começar pelo fato de os clubes terem o mesmo patrocinador, que detém o direito de mais de 13 jogadores de ambos os times. Na internet, a torcida atleticana lançou campanha pela “honra” do clube nessa eliminatória. O jogo promete.

O procurador

O site oficial do Atlético trouxe a informação de que o procurador do TJD-PR Glaucio Josafat Bordun, que denunciou cinco jogadores do clube por confusão no Atletiba 350, seria sócio do Coritiba, quase que atribuindo a denuncia a esse fato. Ora, caso típico de clubismo exacerbado, como se o restante dos membros do TJD não tivessem também seus clubes do coração. O advogado do Atlético no caso (que consta em súmula feita pelo árbitro Antônio Denival de Moraes), Domingos Moro, é conselheiro vitalício do Coritiba. E aí? A ação dele muda nesse caso? Não. Há que se confiar no caráter e na qualidade profissional das pessoas. O procurador está no papel ao denunciar os jogadores, o que nem de longe significa puni-los: isso caberá aos auditores. Que também têm seus times.

Reforços

Finalistas do Paranaense, Atlético e Coritiba começam a se mexer para as Séries A e B do Brasileiro. O Coxa já apresentou o volante Sérgio Manoel, ex-Mirassol-SP. Também deve trazer outros dois volantes: França, do Noroeste-SP e Chico, do Palmeiras, ex-Atlético. O elenco alviverde tem hoje nada menos que sete volantes; quem sai? Precisava de outros? Já o Atlético deve apresentar nessa semana o atacante Fernandão, ex-Palmeiras, 25 anos, típico jogador de área. E ainda pode trazer o zagueiro Diego Sacoman, que está na Ponte Preta, mas pertence ao Corinthians.

Maratona

A coluna foi finalizada antes da estréia do Paraná na Série Prata, ontem à tarde. O primeiro jogo dos três jogos até domingo. Haja fôlego!

Atletiba #350: personagens e projeções

Personagem 1: Marcelo Oliveira

Retranqueiro, conservador, covarde. Guarde qualquer qualificação pejorativa que você tenha do técnico do Coritiba para uma próxima vez. Marcelo Oliveira acertou em cheio no clássico 350 e conquistou a vaga na decisão. Se o fez porque o Atlético teve um homem a menos (assunto tratado logo abaixo), não importa: o Coritiba que entrou em campo mandado por Oliveira conduziu a partida ao longo do 90″, a ponto de não passar um susto sequer.

Tomou dois gols, um em bola parada, outro em falha de marcação, mas sempre esteve a frente do placar. Abafou a reação de um valente Atlético sem dar muitas chances: mal cedeu o empate e já voltou a fazer 3-2. E acertou em cheio em todas as decisões: matou (e irritou) Guerrón com a entrada de Lucas Mendes, deu velocidade ao time com a opção por Éverton Ribeiro no início, sem Lincoln, e quando colocou o experiente meia, foi premiado com um gol (passe de Lucas Mendes). Pra fechar, ainda viu o xodó pessoal Renan Oliveira fechar o placar.

O Atletiba 350 foi de Marcelo Oliveira, não tenho dúvidas.

Personagem 2: Guerrón

Guerrón é daqueles personagens que o futebol produz e que ajudam a construir ricas histórias. Ele consegue ser herói e vilão, consegue dividir a torcida atleticana e deixar sempre um quê de dúvida sobre seu comportamento imprevisível. Ontem, Guerrón pisou na bola e ajudou a afundar o Atlético no 350. A expulsão depois de uma clara agressão ao zagueiro Lucas Mendes, quando o Furacão estava no campo de ataque, deixou o time com um a menos. A imagem abaixo não deixa dúvidas: Guerrón chutou Mendes.

No lance corrido (estará mais abaixo) percebe-se que Guerrón e Lucas Mendes vem se empurrando ao longo da disputa. Aí o equatoriano perde a cabeça e chuta o zagueiro alviverde. Com um a menos, o Atlético até foi brioso e buscou dois empates, mas também permitiu espaços que possibilitaram ao Coritiba matar o jogo.

http://www.youtube.com/watch?v=kgfibd7HAGc&feature=related

Guerrón é o bandido do 350.

Personagens 3: Trio de arbitragem

Das reclamações sobre o trio de arbitragem – em especial feitas pela torcida atleticana – uma procede com absoluta certeza: Lincoln estava impedido no lance do segundo gol do Coxa:

A imagem acima não deixa dúvidas e está no melhor ângulo, paralelo a linha da grande área. Recebi outra imagem, em ângulo inverso, que dá a impressão de que a perna de Manoel daria condições a Lincoln; mas ela está na transversal, supondo uma diagonal, o que não permite que se enxergue bem a linha de impedimento. Nota-se na imagem acima que o auxiliar está ligeiramente encoberto por outros dois jogadores, que também estão na jogada.

A reclamação em cima do lance do primeiro gol do Coritiba, de que Anderson Aquino estaria impedido no lançamento, vai ficar para as eternas discussões de boteco sobre o Atletiba 350. Olhando em várias imagens, de várias emissoras, é impossível afirmar categoricamente que Aquino estava impedido no lançamento. Nenhuma imagem mostra a linha entre ataque e defesa no momento do passe. Como a distância é muito grande entre a origem e o fim da jogada, não há como matar a dúvida.

E aqui faço uma defesa a todos os colegas de imprensa, que devem ter recebido N e-mails sobre “porque não mostraram o lance?” e etc., assunto recorrente pela manhã no Twitter: sem teoria da conspiração, estou certo que nenhuma emissora tem o lance esclarecedor. Aquino está muito à frente? Está. Mas ele pode ter partido de antes do meio campo, quando não há impedimento, bem como Manoel pode ter parado no lance e pedido impedimento. Nessa, vai ser difícil chegar a alguma conclusão.

O vídeo abaixo tem os lances da partida sem caracteres visuais e com todos os gols. Vale para ilustração.

http://www.youtube.com/watch?v=rg6jgfJsSEU

Projeção:

Serão dois grandes jogos na decisão do Paranaense 2012. A derrota do Atlético no 350 não terá peso extra na decisão, a não ser o conhecido: o fato do Coritiba jogar a finalíssima no Couto Pereira o que, como se viu ontem (e nos últimos 4 anos) tem sido diferencial nos clássicos.

As equipes partem com tudo zerado. Não há favorito para o título antes do primeiro jogo. Que, aliás, creio que pode decidir o campeonato. Desta vez o Coxa pode ir como franco-atirador, já que poderá ter a revanche em seu abrigo; já o Atlético tem que procurar fazer o placar sob seu mando e jogar a responsabilidade pro lado oposto.

Não há vantagem no saldo de gols: se um time vencer por 5-0 e perder por 0-1, pênaltis; não há vantagem também no empate. Há uma ligeira vantagem para o Atlético no primeiro jogo, por jogar em seu mando (possivelmente na Vila Capanema) e ver o Coxa encarar uma viagem até Belém na quinta-feira anterior. Vantagem essa que volta ao Coritiba no domingo seguinte, pois aí é o Furacão que vai até Minas Gerais fazer a sua rodada de volta pela Copa do Brasil.

Pela quantidade de críticas que a arbitragem paranaense sofreu ao longo desse campeonato, acho que é uma boa idéia fazer as finais com árbitros de fora. Nenhum árbitro local tem condições de apitar os dois jogos sem estar pressionado. Não se trata de suspeita, mas sim de uma necessidade latente: a arbitragem paranaense está num nível terrível. Heber Roberto Lopes, o melhor, já está mais que desgastado em Atletibas; Evandro Rogério Romam é hoje mais secretário de Estado que juiz de futebol; e os demais não inspiram confiança.

Mas isso é assunto pra um post futuro, analisando prós e contras dessa medida.

#350: O melhor Atletiba dos últimos tempos

Cordialidade, antes do apito; depois o bicho pega em campo

 O Atletiba 350 tem tudo para ser o melhor Atletiba dos últimos tempos. Talvez o melhor desde o 342, no já distante outubro de 2009, quando o Furacão saiu na frente com um gol contra de Ariel, que empatou logo em seguida; Jéci virou, Marcinho empatou na metade do 2o tempo e quando o empate, ruim para os dois, parecia consolidado, Marcos Aurélio fez o terceiro. Os times brigavam contra o rebaixamento na Série A e parecia que o Atlético tinha encomendado a passagem com o resultado. Mas não foi o que aconteceu: quem acabou caindo foi o Coritiba. Desta vez, porém, o resultado deve ser mesmo fatal para um dos dois.

Explico: quem vencer o clássico, põe a mão no título de 2012. A obviedade da frase tem nuances, em especial para o Coritiba. O Atlético, se vencer, será campeão paranaense. Não matematicamente, mas é pouco provável que o time não vença o ACP na Vila Capanema na última rodada e confirme a conquista. Se perder, verá o Coxa conquistar matematicamente o returno e garantir a decisão no Alto da Glória. Ou seja, terá que fazer o jogo derradeiro na casa do inimigo, como fará amanhã. Para o Atlético, é vencer ou vencer. Não há nada a perder. Se houver uma derrota do rubro-negro amanhã, o máximo que pode acontecer é o time ter que vencer um dos jogos da final e buscar o empate no outro. Se vencer, mata tudo já na raiz. Logo, será um Atlético ofensivo, franco-atirador.

O Coritiba não. O Coxa, paradoxalmente, não precisa vencer, embora seja proibido a ele perder. É claro que também pode matar o problema na raíz, derrotar o rival e já garantir que terá que ir buscar um empate em campo alheio para trazer tudo para o Couto. Mas também pode administrar o empate. Se mantiver a diferença de dois pontos na classificação, o Alviverde garante o turno e a vantagem do mando na finalíssima ao bater o Roma em Apucarana na última rodada. O que deve acontecer com tranquilidade, pois o Roma pode até mesmo já estar rebaixado. Logo, o Coritiba não precisa atacar, basta não errar. Pode ser cauteloso.

Só que o Coritiba jogará em casa, no embalo da torcida alviverde, única presente ao estádio. O que pode ser um peso psicológico ao jovem time do Atlético, bem como pode ser um belo combustível. Não se sabe. Só após os primeiros minutos é que poderemos ter uma noção se estar com a torcida toda a favor será mesmo bom para o Coritiba ou se o Atlético poderá tirar proveito da situação. Pode ser que o Coxa esqueça a cautela e se empolgue; pode ser que o Furacão não se intimide. São muitas as alternativas.

Mas não é tudo. Justamente num jogo em que um pode ser cauteloso e outro franco-atirador, os técnicos parecem que estão encontrando os cenários que mais gostam.

Marcelo Oliveira nunca negou que gosta de posse de bola, de jogo cadenciado, com marcação firme no meio. O Coritiba 2011, de tanto sucesso, fazia do toque de bola sua principal arma. O time abusava das tabelas rápidas e tinha ainda alternativas como os chutes de fora da área, as jogadas individuais de Rafinha e os cruzamentos para Emerson e Pereira. Neste ano, perdendo peças, Oliveira não conseguiu ainda repetir a fórmula. O Coxa segue valorizando a posse de bola, fazendo com que ela rode bastante no meio. Mas não tem a velocidade do ano passado e ainda conta com um Rafinha em baixa. A marcação segue sendo prioridade, mas sem o mesmo poder. Oliveira pode fechar um cinturão e apostar nas bolas paradas e na individualidade. O cenário permite, há uma zona de conforto.

Esquema tático do Coritiba: reforço no meio-campo

Com essa formação, o Coritiba terá 4 homens para girar a bola (Tcheco-Lincoln-Rafinha-Roberto), 2 na marcação (Urso-Tcheco) e 2 mais agudos (Rafinha-Aquino). Rafinha deve alternar posição com Roberto, empurrando o avante para a área quando Jonas descer. Eltinho, se confirmado no time, fará o mesmo quando puder, com Tcheco mais atrás e a chegada de 5 homens em alguns momentos (Eltinho-Lincoln-Rafinha-Aquino-Roberto).

E o Atlético, que precisa ganhar para matar a parada, mas pode perder que terá nova chance de ser campeão? Será do jeito que Carrasco gosta: ofensivo, com três homens fixos à frente, com um meio campo de toque de bola, em tese menos povoado que o rival, mas com qualidade o suficiente para avançar até a grande área com poucos toques. Durante todo o ano, o Atlético de Carrasco buscou o que ele chama de “contundência”: agride o adversário o tempo todo e tem rápida recomposição sem a bola. Ora com Ricardinho, ora com Bruno Furlan e Marcinho de um lado, e com Guerrón principalmente na direita, o Atlético sempre teve o seguinte desenho: dois homens abertos nas duas pontas, com pouco uso dos laterais; uma referência no meio, que hoje é Marcinho, mas pode ser Edigar e já foi Harrison; e um a dois armadores: Liguera e/ou Baier. Até mesmo o volante de marcação se aproxima do ataque, especialmente quando esse é Zezinho, um meia de origem.

Esquema do Atlético abusa da velocidade nas pontas

A formação acima ainda não é a confirmada. Mas ela inibe as descidas de Eltinho e até mesmo Jonas, pois Guerrón cai para os dois lados. Liguera, Marcinho e Baier avançam no toque de bola até a entrada da área. Edigar pode ser um homem de área ou um bom ponta, usando velocidade. Na formação acima, Deivid é o homem de marcação, com uma linha de 4 homens atrás (Marques-Manoel-Foguinho-Héracles). Durante o jogo, se Zezinho for opção em lugar de Deivid, Foguinho se junta a marcação no meio, com o quarteto de trás virando trio. Se quem sair for um dos meias, Zezinho aparece na armação e reforça a marcação atleticana. Que é feita por todos os homens – o que aliás pode sobrecarregar Paulo Baier.

Ainda sobre análise tática da partida, recomendo os posts de Leonardo Mendes Jr. sobre as 5 maneiras de cada time vencer:

http://www.gazetadopovo.com.br/blog/bolanocorpo?id=1246403&tit=5-maneiras-de-coritiba-e-atletico-vencerem-o-atletiba

E também a reportagem sobre a cabeça e estilo dos técnicos, de Lycio Vellozo Ribas e Silvio Rauth Filho:

http://www.bemparana.com.br/noticia/213414/um-classico-e-dois-estilos

Alternativas não faltam. O jogo certamente será franco, por mais que o Coritiba possa apostar em cautela, porque terá espaços. A riqueza de elementos, como pressão de uma só torcida, tamanho do campo, esquemas táticos tão diferentes, me fazem crer que teremos um Atletiba mágico, como nos velhos tempos.

Por favor, 0-0, passe longe do Couto amanhã.