Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 04/07/2012

Futebol é coletivo

A constatação clássica explica porque o Coritiba tem ligeiro favoritismo frente ao Palmeiras na decisão da Copa do Brasil, que se inicia amanhã. O Verdão é um time com mais talentos individuais (que são poucos) que o Coxa, mas não tem a vantagem de jogar em seu estádio, tampouco tem o grande trunfo coritibano: o entrosamento. A montagem desse time, acredite, vem do fatídico 2009. A manutenção daquela espinha dorsal, reforçada sutilmente ano a ano, quase deu frutos em 2011, com um time mais talentoso que o atual. Mas nesse ano, está madura. Curiosamente, estudo da Pluri Consultoria aponta uma diferença de R$ 57 milhões entre o que gastou o Coritiba e o que aplicou o Palmeiras na montagem dos times. Já é uma vitória do Coxa. Por isso, o leve favoritismo, a ser provado dentro de campo, deve ser comemorado. Escolhas inteligentes, time competitivo.

R$ 57 milhões ou uma casa nova

O que o Palmeiras gastou a mais que o Coritiba para montar o time é, coincidentemente, o valor que arrematou (mais 500 mil reais) o Pinheirão em leilão na semana que passou. O grupo Destro agora corre com a documentação para acertar as pendências do arremate. Por isso, o destino do ex-estádio da FPF segue em aberto. Mas o próprio empresário João Destro, em entrevista à jornalista Nadja Mauad, admitiu que já foi sondado por gente falando pelo Coritiba e pela construtora OAS para saber o destino da obra. Há muito que o presidente coxa Vilson Andrade mantém o negócio de se construir um novo estádio em sigilo (quase) absoluto. Ao que tudo indica – e isso não é uma informação – os alviverdes poderão ter boas notícias ao final da conclusão do arremate.

A César o que é de César

A coluna é fechada antes do termino dos jogos da noite, por isso é impossível afirmar que o torcedor paranista acordou comemorando a volta à elite estadual, o que aconteceria com uma vitória simples sobre o Grêmio Maringá. Mas, se ela ainda não veio, virá; é inevitável. A campanha diz tudo: apenas um empate e só vitórias em 14 jogos. Nesse momento, justiça seja feita a um personagem: Paulo César Silva. Apaixonado pelo Paraná estava na diretoria que caiu em 2011 e foi um dos poucos a ficar. Reinventou-se como dirigente e como ser humano, ao passar por um drama familiar, recolhendo-se dos holofotes e delegando funções acertadamente. Assim trouxe Alex Brasil e Ricardinho para a linha de frente do futebol. Volta à primeira divisão paranaense e já faz campanha melhor que a do Atlético na B nacional, com um orçamento quatro vezes mais modesto. Ao Paulão, o reconhecimento pela vitória.

Odor

Reforços. Reforços. Reforços. Repita até virar realidade, pois só assim o Atlético voltará à primeira divisão nacional. O elenco atual, disse Jorginho acertadamente, fede.

Looping eterno

Vila, quem fica?

Não sou hipócrita: se eu tivesse R$ 100 no bolso (jornalista ganha mal, amigo) não apostaria no acesso do Paraná à elite esse ano ainda, embora o goleiro Zé Carlos faz o papel dele em afirmar que ainda dá.

Mas 2012 está aí e em meio a perspectivas de mudanças políticas, com uma suposta chapa de oposição com José Carlos de Miranda à frente, é preciso pensar no futebol paranista. Não importa (nesse caso) se o time disputará a Série Prata do Estadual, caso o STJD modifique a nova decisão do tribunal local ou se o Tricolor ficará na elite; o exemplo de 2011 mostra que, se não há dinheiro o suficiente para disputar o título com Atlético e Coritiba, não se pode nem pensar em repetir o fiasco deste ano. E o importante é a manutenção de uma base.

E aí amigo paranista, a coisa já não é boa – embora haja tempo de ser arrumada.

Por sugestão do leitor Rodrigo Marquevi, resolvi ver a duração dos contratos dos jogadores de destaque do Paraná. E apenas três já estão garantidos até o Estadual/12: os meias Cambará e Douglas Packer e o atacante Giancarlo. E ainda assim, só até o meio do ano.

Nomes como Zé Carlos, Dinélson, Brinner, Amarildo e Serginho, entre outros, estão com contratos até dezembro apenas. Uns por empréstimo, outros por opção. Mas, mesmo sem ser unanimidade entre a torcida, já formariam uma base.

Há poucos dias eu jantei com um experiente gestor de futebol brasileiro, que já me falava dos planos para 2012. De como um clube deve pensar não no calendário ou no jogador X apenas, mas sim no contexto de formação de elenco, de estrutura profissional da equipe e renovação natural em posições. Ouvindo, parece simples; executando, vê-se que não é tanto.

Mas há que se começar. Ou o Tricolor iniciará 2012 como iniciou 2011, 2010, 2009… num looping eterno.

Clique aqui e confira o BID paranista.

O blog está concorrendo ao Top Blog 2011! Clique aqui e vote na categoria Esportes!