Alex é do Coritiba! Saiba detalhes

Nem Palmeiras, nem Cruzeiro: Alex é do Coritiba.

O contrato de dois anos com o meia será celebrado nessa noite, durante o jogo entre Coritiba e Náutico pelo Brasileirão. O Coxa prepara uma homenagem ao jogador, que volta ao clube que o revelou para encerrar a carreira.

A apresentação deve ficar para amanhã (quinta) ou até mesmo sábado. Faltam detalhes entre as assessorias do clube e do jogador. O Coritiba já tem uma estratégia de marketing para aproveitar a volta do jogador, que era desejado por clubes que já contaram com ele em grandes momentos, casos do Palmeiras, onde venceu a Libertadores 99 e o Cruzeiro, multi-campeão em 2003.

Pesou para Alex o desejo de voltar ao clube do coração e o desejo da família. O Coxa ainda apresentou um projeto ao jogador, parecido com o que tem com Tcheco, para que ele continue no Coritiba após encerrar a carreira de atleta, atuando na área de gestão. Na conversa com interlocutores ligados ao clube, ficou a impressão positiva sobre a visão do negócio futebol por parte do jogador.

Detalhes como salário e bonificações foram mantidos em sigilo. Alex só poderá atuar oficialmente em 2013 e a diretoria ainda não planejou nenhum amistoso ou jogo antecipado para festa.

Abrindo o Jogo – Coluna de 10/10/2012 no Jornal Metro Curitiba


A diferença entre união e complacência

É forte a repercussão da participação de Vilson Ribeiro na festa da torcida organizada do Coritiba, reatando relacionamento cortado desde 6 de dezembro de 2009. Todos se lembram o que aconteceu e como as coisas caminharam para aquilo. Novamente, o Coxa flerta com o rebaixamento. É natural que se pregue união de esforços para que o clube saia disso. Nesse ponto, o gesto é louvável. Mas há real benefício na ação? Além da ficha corrida de alguns dos comandantes das facções, as torcidas organizadas vampirizam os clubes, com uma pirataria branca (venda de camisas, por exemplo), são cortina para guerra de gangues de bairros e ambiente notório de consumo de drogas. Na festa, Vilson disse que a organizada “é a razão da existência do Coritiba.” A grande maioria dos torcedores, “desorganizados”, talvez não concorde. Depois de surgir com novos conceitos e pregar modernidade nessa relação, o dirigente volta atrás. Pode ser só uma “segunda chance” – o histórico não recomenda. Mas 2013 está aí, com eleições no clube. Mário Petraglia, do rival Atlético, se reaproximou da organizada após anos de conflitos no final do ano passado. Foi eleito. A relação é, sem dúvida, perigosa.

Sempre ele

Paulo Baier. Ninguém no futebol paranaense é tão questionado quanto o experiente meia, que com 50 gols marcados com a camisa rubro-negra, mantém-se importante para o clube. Baier paga por não ter bons companheiros há algumas temporadas. Nesta, recebeu reforços no andamento da competição, acabou no banco, mas volta e meia é decisivo, como contra o América-MG. Não acho que possa ser titular, mas é imprescindível no grupo. Se não agüenta os 90 minutos, quando entra, mantém um padrão que vem sendo tocado pelo ótimo Elias. Baier é um ídolo em uma era dura para o Atlético, sem títulos. Mas merece seu lugarzinho na história atleticana.

Calculadora alviverde

O jogo de amanhã é decisivo para o Coritiba. Pegar o Palmeiras no interior paulista é pior para o Coxa, sem dúvida alguma. Em São Paulo, teria pela frente um time mais pressionado pela torcida palestrina, insatisfeita com a goleada no clássico com o São Paulo. A realidade é outra em Araraquara, ainda mais com uma zaga reserva. Mas desde já vale mentalizar: a derrota não será o fim do mundo. O Coxa tem uma vantagem de seis pontos para o Palmeiras, mas já não disputa só com o Verdão a permanência na elite. A Ponte Preta, em franca decadência depois de perder o técnico curitibano Gilson Kleina, pinta como favorita a integrar o grupo de descenso. Portanto, cabeça no lugar e pés no chão com qualquer resultado – claro que evitar a derrota será muito melhor.

Alex

Em São Paulo poucos cogitam que Alex possa defender o Coritiba na próxima temporada. É mais que má vontade com o Coxa; é a negação de que nem tudo na vida é poder, influência e dinheiro.

O destino de Alex só pode ser o Alto da Glória

Alex está a disposição no mercado após terminar abruptamente seu vínculo de oito anos com o Fenerbahçe, que lhe rendeu até uma estátua. Cruzeiro, por quem foi multicampeão em 2003, Palmeiras, do qual é o último grande ídolo (ao lado de Marcos) pela Libertadores de 1999 e até Santos e Grêmio já se assanham para repatriar o craque brasileiro.

Mas o destino de Alex só pode ser um: o Coritiba.

Alex é um ídolo do Coxa muito mais pelo que fez fora do clube do que pelo tempo – curto – que vestiu a camisa alviverde. Do vice-campeonato da Série B 1995 pouco se lembra. Alex ajudou o Coxa a voltar à elite nacional ao lado de Pachequinho e logo rumou ao Palestra Itália, sem levantar taças pelo Coritiba. Por sempre se declarar coxa-branca, sem querer fazer média com palmeirenses e cruzeirenses, Alex foi caindo nas graças da torcida coritibana, que via o filho do futsal da AABB Curitiba brilhar com as camisas de outros clubes.

Hipocrisia, aliás, nunca foi com Alex. Marcou gols no Coxa e comemorou; nem por isso deixou de ir ao Couto Pereira em qualquer folga que podia. De longe, enquanto colecionava taças pelo Fener, escrevia sobre o Coxa e até renegava qualquer hipótese de defender o rival Atlético, gozando amigos em Atletibas quando o seu time ganhava, ouvindo sarro desportivamente quando perdia.

Foram oito anos de Turquia e certamente um bom dinheiro acumulado. Mérito de Alex, que não precisa dar satisfação de quanto ganhou à ninguém (bem, talvez à esposa…), mas que certamente o dará uma aposentadoria tranquila. Presume-se que Alex não precisa mais trabalhar. Como não faz o perfil “boleiro burro”, Alex não torra seu patrimônio em noitadas e carros última geração. É discreto na vida pessoal. E convém lembrar que casou cedo, com esposa de família estruturada.

O sonho de todo menino é jogar no clube de coração. Com a vida feita, Alex poderá optar por encerrar a carreira em qualquer um dos clubes em que fez história. Todos o querem. Não é o dinheiro, creio, que o fará balançar.

Além disso, Alex não precisa procurar muito para ver exemplos de como sua escolha mudará sua vida. Paulo Rink, seu contemporâneo, voltou ao Atlético do coração para encerrar a carreira e toca a vida em Curitiba. Ronaldinho, com quem disputou vaga na Seleção por muito tempo, preferiu outro caminho. Formado no Grêmio, o craque que brilhou no Barcelona e se projetou como melhor do Mundo, faturando alguns milhões, acabou renegando a casa. Ronaldinho, sei por fonte segura, queria o Grêmio. Mas se deixou levar pela pressão do irmão-empresário e do Milan, que via no Flamengo uma chance maior de faturar. Deu no que deu e o ex-ídolo gremista mal pode pisar em Porto Alegre, sua terra natal.

Sim, o Coritiba não tem a projeção de Palmeiras e Cruzeiro. O Palmeiras, em especial, é um clube nacional, enquanto os outros dois, em escalas diferentes, são regionais. Mas de que importa isso para Alex? Projeção não é o que interessará um atleta consagrado; dinheiro, ao que parece, também não. O que pesará?

Certamente a chance de ser campeão. Alex, como todo atleta, é competitivo. Com uma estátua na frente do estádio do Fenerbahçe, poderia ter simplesmente ido treinar em separado, esperado a relação com o técnico Aykut Kocaman melhorar e, quem sabe, voltar ao time. Não aceitou. Sabia que estava sendo preterido porque podia superar os recordes do treinador – que, permito-me dizer, não deve ter vida longa no cargo, já que mistura interesse pessoal com desempenho.

Alex pode querer ser campeão paranaense pelo Coxa, por exemplo. Mas talvez nada o atraia mais que uma Libertadores. Difícil presumir. Fato é que ele declarou que não pretende jogar a Série B. Portanto é pre-requisito, para qualquer clube que o queira, estar na elite. Coritiba e Palmeiras vão brigar até o fim do campeonato pela vaga – e pra ter o atleta em 2013, quando poderá ser registrado.

Superada essa fase, com as opções na mesa, não vejo outro destino para Alex que não seja o Coritiba, que me desculpem palmeirenses e cruzeirenses.

Liga Europa: começa a fase de grupos!

Começa nessa quinta-feira a fase de grupos da Liga Europa, a segunda principal competição de clubes da Europa (quiçá do Mundo). O Terra transmite 24 jogos ao vivo – eu estarei em duas partidas, ao lado do comentarista Ary Pereira Jr.: Fenerbahçe da Turquia contra Olympique Marseille da França, às 14h e, logo a seguir, 16h, Bayer Leverkusen da Alemanha contra Metalist da Ucrânia. São muitos os brasileiros nos jogos, que prometem ser movimentados. Vamos às principais informações:

Liga Europa

Será a 41a edição da Liga Europa, originária da Taça dos Clubes das Cidades com Feiras, mãe também da UEFA Champions League. O primeiro campeão, em 1971, foi o Tottenham, da Inglaterra, que disputa essa edição no grupo J; o atual campeão é o Atlético de Madrid, que está nessa edição, no Grupo B.

A Liga Europa reune o segundo escalão de clubes europeus – algo similar à Copa Sulamericana. No entanto, há uma integração constante com a Champions League – é possível que um time dispute a fase eliminatória da Liga, classifique-se à Champions e, eliminado lá, volte a Liga – até para ser campeão. A competição reune 193 times – a maior goleada até aqui foi no jogo PSV Eindhoven 9-0 Zeta, de Montenegro.. São 48 equipes nessa fase com 12 grupos com 4 times, dos quais 24 se classificam.

Na próxima fase 8 melhores terceiros colocados da Champions League se juntam aos 24 da Liga, formando série eliminatória com 16 jogos, em ida e volta, até a final, em jogo único, nessa temporada a ser disputado em Amsterdã, na Holanda.

14h – Fenerbahçe x Olympique de Marseille – Estádio Şükrü Saracoğlu, Istambul, Turquia

Duelo entre duas equipes candidatas às vagas no Grupo C – que ainda tem Borussia Monchengladbach da Alemanha e Limassol do Chipre – que tem três brasileiros nos elencos: Alex (ex-Coritiba, Palmeiras e Cruzeiro) e Cristian (ex-Atlético e Corinthians) pelo Fenerbahçe e Lucas Mendes (ex-Coritiba) pelo Olympique.

Os dois primeiros devem ser titulares. Alex chegou a ser barrado pelo técnico Aykut Kocaman na fase de classificação da Champions League. O Fener acabou eliminado pelo Spartak Moscow na única derrota dos turcos no ano. Alex é o segundo maior artilheiro da história do clube, com 136 gols em 234 jogos – e seis títulos em 8 anos na Turquia. Aykut é o primeiro, com 150 gols em 210 jogos – o que seria o motivo do afastamento. Cristian tem sido banco no campeonato turco, no qual o Fener é o 4o colocado. No entanto, entrou no último jogo e garantiu a vitória aos 44 do 2o tempo contra o Mersin, por 2-1. Outro destaque é o holandês Dirk Kuyt, ex-Liverpool, que marcou 3 dos 7 gols do time nas fases eliminatórias da Liga. Na temporada (que é iniciada em agosto), o Fener fez 8 jogos, com 3 vitórias, 4 empates e 1 derrota.

Será a 21a Liga Europa do clube fundado em 1907, que nunca chegou à final. No entanto, seu estádio, cujo nome (pronuncia-se Xu-cru Sara-tcholo) homenageia um presidente do clube, recebeu a decisão na temporada 2008/09, quando o Shaktar Donetsk da Ucrânia bateu o Werder Bremen por 2-1 e ficou com a taça.

No Olympique, Lucas Mendes está fora, recuperando-se fisicamente. Ele é o único brasileiro do time que tem como destaque os irmãos ganeses Jordan e André Ayew, ambos da seleção de Gana e filhos do ídolo do OM Abedi Pelé, campeão europeu em 92/93. O time francês, fundado em 1899, chegou à duas decisões de Liga Europa. Esta será a 12a participação. Em 1999, perdeu para o Parma, da Itália; em 2004 nova derrota, desta vez para o Valência, da Espanha. O Marselha ainda é vice uma vez da Champions League – mas na UCL comemorou uma taça, em 1993, ao bater o Milan na decisão.

Nesta Liga Europa, o OM passou por duas eliminatórias. Na primeira, eliminou o Sheriff da Moldávia (2-1 fora e 0-0 em casa) e o também turco Eskişehirspor (1-1 fora e 3-0 em casa). O Olympique lidera o campeonato francês 2012/13 com 15 pontos em 5 jogos. Na temporada, iniciada em agosto, fez 9 jogos, vencendo 2 e empatando 1.

As duas equipes tem histórico de suspensão em ligas europeias. Em 1992/93, envolvido em um escândalo de compra de resultados no campeonato francês, o Olympique, então campeão europeu, foi rebaixado para a Série B francesa, perdeu o título francês e perdeu o direito de disputar a Champions do ano seguinte – mas manteve o título continental.. Já o Fenerbahçe viveu situação similar em 2011/12. Então campeão turco, foi acusado de manipulação de resultados e excluído pela UEFA da Champions League. No entanto, manteve a taça nacional.

16h05 – Bayer Leverkusen x Metalist – Estádio BayArena, Leverkusen

Fundado em 1904, o alemão Bayer 04 Leverkusen (o 04, assim como no Schalke, é o ano de fundação e se pronuncia ‘null vier’) ganhou destaque no Brasil após contratar o ex-atleticano Paulo Rink, que mais tarde defenderia a Seleção Alemã ao ser naturalizado. É o favorito à ganhar o Grupo K da Liga Europa, que ainda tem Rapid Viena da Austria, o Rosenborg da Noruega e o adversário da primeira rodada, o Metalist da Ucrânia. Se teve em Paulo Rink um grande destaque, hoje o Bayer tem Renato Augusto, ex-Flamengo, como o camisa 10 do time, além do zagueiro Carlinhos, de 18 anos, que “jogou” apenas no Desportivo Brasil, time que pertence ao Grupo Traffic. Do lado ucraniano, uma enxurrada de brasileiros. O Metalist conta com o zagueiro Fininho, que passou por Juventude, Sport e Corinthians, os meias Edmar (naturalizado ucraniano) ex-Paulista, Cleiton Xavier, ex-Palmeiras e Inter, Marlos, ex-Coritiba e São Paulo e os atacantes Taison, ex-Inter (que segue em sua missão de superar Messi) e Willian, ex-Atlético, Figueirense e Corinthians. Oito brasileiros neste jogo, ao todo.

Renato Augusto está se recuperando de lesão e participou apenas do final do jogo em que o Bayer perdeu para o Borussia Dortmund por 0-3 na terceira rodada do Alemão 2012/13. O time, 5o colocado no nacional da temporada passada, é apenas o 12o no momento. Na temporada atual foram 4 jogos, com 2 derrotas e 2 empates. O Leverkusen entrou direto na fase de grupos da Liga Europa. Será a 14a participação do Bayer no torneio. A melhor de todas foi em 1988, quando o time do brasileiro Tita, ex-Vasco, reverteu uma vantagem de 0-3 do Espanyol de Barcelona e levou a decisão para os pênaltis, consagrando-se campeão. O Bayer também tem no currículo um vice-campeonato da Champions League em 2002.

No elenco rubro-negro estão dois jovens talentos da Seleção Alemã: Lars Bender, de 23 anos e André Schurrle, de 21, ambos convocados no processo de renovação do time germânico após a Copa de 2010. Apenas um jogador, o goleiro David Yelldell, tem 30 anos ou mais; o restante fica abaixo. Até o técnico é jovem: Sascha Lewandowski tem apenas 40 anos.

O Metalist entra pela 7a vez na Liga Europa. O melhor resultado foi chegar às quartas de final no ano passado. O clube, uma vez campeão soviético e duas vezes campeão ucraniano, aposta no futebol sulamericano. Além dos seis brasileiros, conta com seis argentinos no elenco, que ainda tem jogadores da Sérvia e do Senegal. Entre os “hermanos”, o atacante Jonathan Cristaldo, campeão argentino pelo Vélez em 2009, é o que melhor tem dado resultado: marcou 5 gols em 10 jogos entre Liga Ucraniana e Europa, contando as fases eliminatórias. Willian marcou 2 gols na temporada e Taison apenas 1. No entanto o artilheiro da equipe é brasileiro: o meia Cleiton Xavier tem 6 gols.

Na Liga Ucraniana, o Metalist é o 4o colocado, 10 pontos atrás do líder Shaktar. Na temporada (de agosto até agora) foram 11 partidas, com 7 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. Pra chegar a essa etapa da Liga Europa, o Metalist venceu o Dínamo Bucaresti da Romênia duas vezes: 2-0 em casa e 2-1 fora.

Transmissões

O Terra transmite todos dos 24 jogos da primeira rodada da Liga Europa. Alguns jogos não terão narrador e comentarista, com o som ambiente do estádio de fundo. A escala é essa:

14h

Fenerbahçe SK – Olympique de Marseille, com Napoleão de Almeida
Hapoel Tel-Aviv FC – Club Atlético de Madrid, com Marcelo do Ó (Terra, 105FM SP)
SSC Napoli – AIK, com Fabio Salomão (Terra, Rádio Futebol Interior)
Udinese Calcio – FC Anzhi Makhachkala, com Reinaldo Moreira (105FM SP)
FC Dnipro Dnipropetrovsk – PSV Eindhoven, com Hugo Botelho (BandSports, Esportes FM)

16h

Bayer 04 Leverkusen – FC Metalist Kharkiv, com Napoleão de Almeida
FC Internazionale Milano – FC Rubin Kazan, com Marcelo do Ó
Tottenham Hotspur FC – S.S. Lazio, com Hugo Botelho
Sporting Clube de Portugal – FC Basel 1893, com Reinaldo Moreira
Olympique Lyonnais – AC Sparta Praha, com Fabio Salomão

Sem narração:

BSC Young Boys – Liverpool FC
FC Viktoria Plzen – A. Académica de Coimbra
AEL Limassol FC – VfL Borussia Mönchengladbach
FC Girondins de Bordeaux – Club Brugge KV
FC København – Molde FK
CS Marítimo – Newcastle United FC
VfB Stuttgart – FC Steaua Bucuresti
KRC Genk – Videoton FC
FK Partizan – Neftçi PFK
Athletic Club – Hapoel Kiryat Shmona FC
NK Maribor – Panathinaikos FC
SK Rapid Wien – Rosenborg BK
Levante UD – Helsingborgs IF
FC Twente – Hannover 96

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 19/09/2012

“No futebol é diferente”
Um dos principais estigmas de um administrador ao entrar no mundo do futebol é romper o folclore de que, por mais bem sucedido que o profissional seja, na gestão dos clubes, será diferente. Como diria o famoso narrador, ‘não é, mas é’. E o é porque os clubes permitem isso: volta e meia diferenciam o trato com os jogadores, mesmo em detrimento de outros profissionais. Resultado? Caem na armadilha dos “boleiros”, que ainda têm espaço em um esporte a cada dia mais profissional.

Marcelo Oliveira, Felipão, Passarela…
Que o time do Coritiba tem uma defesa ruim (perdoe-me Emerson, mas você está sozinho desde que Gago e Donizete foram embora) e esse é o real problema todo mundo, até Marcelo Oliveira, está careca de saber. Mesmo assim o senso comum indicava: o ex-técnico coxa tinha de ser demitido. Doeu em Vilson Ribeiro de Andrade a ação. Administrador nato, Vilson acredita na continuidade do trabalho das pessoas. Evita demitir. Entende que ter um funcionário-padrão, que entende as necessidades do clube, é “low-profile”, conhece o sistema e já está ambientado à cidade seria muito mais útil. Mas não pode mandar embora 30 jogadores – ou ao menos 10 a 12 que não vinham rendendo. Primeiro, porque é mais fácil cortar uma cabeça do que tantas; depois, não esqueçamos, porque os jogadores são moeda. Sobrou para Marcelo Oliveira, que já está no Vasco. Um time de estrelas do Corinthians em 2005 só rendeu quando Daniel Passarela saiu do comando. O Palmeiras, algoz coxa nesse ano na Copa do Brasil, foi de campeão à virtual rebaixado sob o mesmo comando. O rendimento das equipes caiu assustadoramente quando o discurso do técnico cansou. O que é lugar comum no futebol teria espaço na sua empresa? Como você agiria, sendo chefe, com uma equipe assim? Sairia, trocaria o comando ou as peças? Aqui está o tabu: jogadores derrubam técnico sim. E às vezes até o clube, como foi no indolente Atlético de 2011: sem comando diretivo, largado às festas e às traças.

Há saída?
Primeiro analisar friamente cada situação antes de cobrar indiscriminadamente. Tem vezes em que a diretoria é letárgica (como vai, Malu?) e as coisas acontecem debaixo do nariz. Outras vezes age, mesmo a contragosto, mas nem sempre tem o resultado – o problema pode ser outro. Fundamental é identificar e atacar o mal. No geral o que precisa mudar é a mentalidade de quem comanda e quem obedece: jogador de futebol é trabalhador como qualquer outro. Uns melhores, outros piores; uns ganham mais (e normalmente valem quanto pesam) outros menos e isso deve ser encarado numa boa: em qualquer serviço há hierarquia e meritocracia (ok, muito puxa-saco se dá bem por aí, mas até quando?). Claro que não adianta estar fora de forma ou ser grosso, mas nominando: Paulo Baier e Pereira são bons profissionais e, não à toa, tem carreira bem sucedida e longa. O melhor exemplo nacional hoje é Seedorf: longevo e de qualidade, não se omite e colabora com o Botafogo em todas as áreas. O futebol agradece.

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 29/08/2012


Pela volta da competitividade

Chegamos à metade do Brasileirão 2012 e olhar para a classificação é quase o mesmo que olhar a divisão de cotas pagas pelos direitos de TV. A exceção do intruso Náutico (11º.), os 12 primeiros são aqueles que estão no eixo da grana: RJ-SP-MG-RS. O Palmeiras, que está fora, está também na Libertadores via Copa do Brasil. Os times citados tem divisão interna discrepante também. Atlético-MG e Botafogo, por exemplo, estão mais próximos de Atlético e Coritiba que de Corinthians e Flamengo. Mas os 12 recebem mais, aparecem mais, conseguem mais público, melhor patrocínio. E a roda vai girando, abrindo ainda mais o abismo. Desde 2003 (início dos pontos corridos), são seis títulos paulistas, dois cariocas e um mineiro. Rara exceção, o Atlético foi vice em 2004, posto que foi ocupado no período citado quatro vezes pelos gaúchos, duas vezes por paulistas e uma vez pelos cariocas. Traduzindo: é quase impossível furar o bloqueio assim, esvaziando estádios e diminuindo o interesse nacional, exceto pra quem está dentro. Caminho para a falência do principal esporte nacional.

Mas é o regulamento que está errado?

Sinceramente, não. Sem dúvida a fórmula de pontos corridos aponta o melhor. É básico: quem somar mais pontos depois de enfrentar todos os times dentro e fora dos próprios domínios, é mesmo superior. O problema está na formulação desse melhor time. O garimpo e a montagem dos elencos são desiguais. Rápido exemplo: o Coritiba descobriu Leandro Donizete na Ferroviária-SP; não teve como o segurar em uma melhor proposta. Hoje no Atlético-MG, é líder do campeonato ao lado de Ronaldinho, Jô, Victor, selecionáveis atraídos pela grana, e comanda a melhor defesa da competição – o Coxa tem a pior. E a distância vai aumentar em breve: com os estádios da Copa servindo também aos “gigantes”, o abismo será tão grande que não haverá mais como alcançar. São mercados desperdiçados e que serão quase falimentares, como Paraná, Bahia, Pernambuco – isso só para ficar entre os que têm campeões brasileiros entre si. Na Copa do Brasil, em fases eliminatórias, os clubes médios tem mais chance. Por isso, sem mudar o sistema de cotas, que volte o mata-mata.

A mudança: como e por quê

É claro que o Corinthians, por exemplo, merece ganhar pela exibição mais que o Atlético: tem mais torcida, dá mais audiência. Mas a divisão do bolo não precisa ser toda baseada nisso. Na liga mais rica do mundo, a inglesa, 56% do dinheiro é dividido igualmente entre os 20 clubes da elite, 22% do valor se baseia na classificação do ano anterior e outros 22% são divididos conforme o interesse midiático. O campeonato inglês é o mais forte entre os europeus e mesmo os clubes médios, como o Tottenhan, conseguem ter mais arrecadação que grandes espanhóis, como o Atlético de Madrid, que fica à margem de Barça e Real em negociação parecida com a brasileira. É bom para o futebol num todo e premiará a competência. Quem dará o primeiro passo?

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 11/07/2012

O bonde da história

Alexandre Gomes, curitibano campeão mundial de poker, desistiu de disputar o título dessa temporada no WSOP Las Vegas para ver a decisão de hoje na Copa do Brasil, envolvendo o seu Coritiba contra o Palmeiras. Alê disse: “WSOP tem todo ano, final de Copa do Brasil não.” Curiosamente, nos últimos dois anos, para o Coxa, foi freqüente – feito só alcançado por Grêmio, Corinthians e Flamengo (o único a não ser campeão quando decidiu por duas vezes seguidas). Reverter o 0-2 imposto pelos paulistas não será tarefa fácil – nem impossível. É fato que o 6-0 do ano passado ainda impõe terror na cabeça dos palmeirenses. Mas uma coisa é golear ao natural, outra é vencer precisando fazer a diferença, contra o relógio. Campeão ou não, vislumbro que a máxima de Alê Gomes deve ser levada em consideração hoje. Precisamos que o futebol do Estado seja mais regular em decisões para não perder as chances que foram perdidas no primeiro jogo. A perna tem que pesar menos. O Atlético o fez no início dos anos 2000, mas de 2006 pra cá, ostracismo. Ao Coxa, resta saber lidar com o título aproveitando o crescimento e, em caso de perda, entender que o projeto tem que ser maior. Senão perderá o bonde da história.

Marcelo Oliveira

Questionado pela torcida, desde que chegou até pouco tempo atrás, finalmente o técnico Marcelo Oliveira é reconhecido como peça-chave no sucesso recente do Coxa. Mais do que ninguém, tenho certeza, ele quer vencer o jogo e ficar com a taça hoje. Para Oliveira, é a confirmação do que muitos que vêem o trabalho nos bastidores já sabem. Mais do que isso, deixará para trás de vez o questionamento a respeito da decisão de 2011, contra o Vasco, quando alterou o time no jogo final. Sedimentará a entrada no rol dos grandes treinadores do Brasil. Mesmo sem título, já está em outro patamar. Não à toa foi sondado pelo São Paulo FC antes da decisão. Ficou por caráter e pela vontade de vencer. É o personagem da finalíssima.

Acordando

Depois da bronca pública do técnico Jorginho, que chegou a dizer que o time atual do Atlético fedia, outra bronca nos vestiários contra o América-MG, uma reação não suficiente no placar, mas motivadora em atitude. Parece que o Furacão está acordando. Talvez, enquanto você lê essa coluna, já tenha conseguido a primeira vitória sob o comando do novo técnico. Mas mais do que isso, os nomes de Wellington Saci, João Paulo e Elias, próximos ou já certos, e os já estreados Weverton e Luiz Alberto mostram que demorou, mas a diretoria viu que era necessário reforçar. Com a recuperação física de Liguera e Zezinho, o time ficará encorpado. Dar tempo para Jorginho trabalhar e arrumar um 9 – quem sabe o uruguaio Morro Garcia, patrimônio “sucateado” do clube – podem ser a salvação do desastre anunciado do rubro-negro na Série B.

Mini-Guia da Copa do Brasil 2012: Decisão

A imagem: um ano depois do massacre, alviverdes se encontram na final

Chegou o dia! Pelo segundo ano consecutivo, fazendo história, o Coritiba está na decisão da Copa do Brasil. Desta vez o adversário é o Palmeiras.

Como em todas as fases anteriores, o blog apresenta um mini-guia dos adversários paranaenses. Saibamos então o que espera o Coxa nos dois jogos da final:

A campanha do Palmeiras

O time paulista chega à decisão invicto e, caso campeão da Copa do Brasil, poderá reivindicar também o título paranaense: foi algoz de Paraná e Atlético nas fases anteriores. Foram 7 vitórias e 2 empates em 9 jogos, tendo levado 5 gols e marcado 20.

Para chegar à decisão contra o Coxa, o Verdão passou por Coruripe-AL (1-0 e 3-0), Horizonte-CE (3-1), Paraná (2-1 e 4-0), Atlético (2-2 e 2-0) e Grêmio (2-0 e 1-1). A campanha é linear: em casa, 3 vitórias e 1 empate; fora, 4 vitórias e 1 empate.

No comparativo: o Coxa fez 10 jogos (1 a mais) com 6 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, marcou 16 e levou 4. Logo, o Coxa pega um time com ataque mais efetivo, mas tem defesa menos vazada.

Na história

O Coxa fará a sua segunda decisão de Copa do Brasil na história (a primeira foi ano passado, acabou perdendo o título para o Vasco) enquanto o Palmeiras chega pela terceira vez a uma final. Para os supersticiosos, vale a pena ler esse texto.

Em 1996, perdeu a decisão para o Cruzeiro  (1-1 e 0-2) e ficou com o vice; deu o troco dois anos depois, contra o mesmo Cruzeiro, ao vencer por 2-0, depois de perder o jogo de ida por 0-1. O gol do título saiu aos 44 do 2o tempo, com o ex-atleticano Oséas:

Em confrontos diretos, vantagem palmeirense. São 11 vitórias coritibanas contra 16 paulistas e 10 empates. Pela Copa do Brasil, 4 encontros. Em 1997, o Palmeiras eliminou o Coritiba ao vencer por 1-0 no Couto e 4-2 em SP; no ano passado, o Coxa despachou o Porco, com requintes de crueldade. O massacre por 6-0 entrou para a história:

http://www.youtube.com/watch?v=6dnUdQXu61w

No jogo de volta, virtualmente eliminado, o Palmeiras, que havia perdido o recorde nacional de vitórias para o próprio Coritiba, acabou encerrando uma sequencia de 24 vitórias que entrou para o Guinness Book como a principal série de triunfos no futebol mundial. A vitória foi por 2-0:

http://www.youtube.com/watch?v=-cuyO4-D0O0

Do time que foi goleado pelo Coritiba, o Palmeiras tem poucos jogadores que estarão em campo nessas finais. João Vitor, Marcos Assunção e Márcio Araújo seguem no time, enquanto o técnico ainda é Luiz Felipe Scolari. Dois jogadores que defenderam o time paulista naquele ano estão agora no Alviverde paranaense: Lincoln e Chico.

As armas

O Coxa leva vantagem no entrosamento, mas deve abrir o olho com três jogadores do Palmeiras.

Valdívia é o meia armador. Habilidoso e rápido, cria boas situações para os atacantes e também costuma chegar para o arremate. É genioso – logo, facilmente irritável – e, como quase todo latino (é chileno), joga com muita aplicação.

Mazinho é o atacante que cai pelos lados. Habilidoso, conduz a bola em velocidade e arremata com perigo. Ganhou o apelido de “Messi Black” pelos mais fanáticos palmeirenses. A comparação é válida até a página 2. Mas isso não diminui o perigo.

Marcos Assunção é o líder do time. Volante que sai pro jogo, ajuda na armação de jogadas e é perigosíssimo nas bolas paradas. Por isso é melhor evitar faltas próximas à área.

O Palmeiras perdeu outro bom jogador para as finais, o atacante Barcos, que acordou com apendicite nesta quinta. O desfalque de última hora pode fazer o time mudar a forma de jogar, com dois atacantes de velocidade, se optar por Maikon Leite (ex-Atlético) ou simplesmente mudar a peça, usando Betinho (aquele mesmo, do Coritiba 2010) no ataque.

Ainda vale lembrar a história de Felipão com o lateral-direito Arce. Foi em 1996, pelo Grêmio, antes da final contra a Portuguesa.

O fator casa

Tenho defendido que o Coxa tem uma leve vantagem nessas finais, sobre o Palmeiras. E parte disso é o fator Couto Pereira. Na primeira partida, o Coxa encara um estádio em formato arena, com proximidade da torcida, mas que não tem identificação com o adversário.

Torcedor é vibrante em qualquer campo na hora da decisão. Mas conhecer as dimensões do gramado, estar ambientado aos funcionários, aos vestiários, conhecer os atalhos, é uma senhora vantagem. Além da mística de jogar realmente em casa.

O trunfo do Coxa é o Couto Pereira. Em Barueri, o Coxa encara um bom time e alguma pressão; em Curitiba, o Palmeiras estará num alçapão hostil em que o dono conhece cada centímetro do gramado.

Faz diferença.

Videocast #007 – É hora de decisão: Copa do BR, Libertadores, Série Prata…

Semana cheia, videocast comentando a decisão da Copa do Brasil para o Coritiba, a carência já crônica no Atlético, o impacto de uma conquista do Corinthians no Paraná, o retorno do Paraná Clube à elite local, o fim (ou não) do Pinheirão e alguns golaços!

Confira e comente!

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 04/07/2012

Futebol é coletivo

A constatação clássica explica porque o Coritiba tem ligeiro favoritismo frente ao Palmeiras na decisão da Copa do Brasil, que se inicia amanhã. O Verdão é um time com mais talentos individuais (que são poucos) que o Coxa, mas não tem a vantagem de jogar em seu estádio, tampouco tem o grande trunfo coritibano: o entrosamento. A montagem desse time, acredite, vem do fatídico 2009. A manutenção daquela espinha dorsal, reforçada sutilmente ano a ano, quase deu frutos em 2011, com um time mais talentoso que o atual. Mas nesse ano, está madura. Curiosamente, estudo da Pluri Consultoria aponta uma diferença de R$ 57 milhões entre o que gastou o Coritiba e o que aplicou o Palmeiras na montagem dos times. Já é uma vitória do Coxa. Por isso, o leve favoritismo, a ser provado dentro de campo, deve ser comemorado. Escolhas inteligentes, time competitivo.

R$ 57 milhões ou uma casa nova

O que o Palmeiras gastou a mais que o Coritiba para montar o time é, coincidentemente, o valor que arrematou (mais 500 mil reais) o Pinheirão em leilão na semana que passou. O grupo Destro agora corre com a documentação para acertar as pendências do arremate. Por isso, o destino do ex-estádio da FPF segue em aberto. Mas o próprio empresário João Destro, em entrevista à jornalista Nadja Mauad, admitiu que já foi sondado por gente falando pelo Coritiba e pela construtora OAS para saber o destino da obra. Há muito que o presidente coxa Vilson Andrade mantém o negócio de se construir um novo estádio em sigilo (quase) absoluto. Ao que tudo indica – e isso não é uma informação – os alviverdes poderão ter boas notícias ao final da conclusão do arremate.

A César o que é de César

A coluna é fechada antes do termino dos jogos da noite, por isso é impossível afirmar que o torcedor paranista acordou comemorando a volta à elite estadual, o que aconteceria com uma vitória simples sobre o Grêmio Maringá. Mas, se ela ainda não veio, virá; é inevitável. A campanha diz tudo: apenas um empate e só vitórias em 14 jogos. Nesse momento, justiça seja feita a um personagem: Paulo César Silva. Apaixonado pelo Paraná estava na diretoria que caiu em 2011 e foi um dos poucos a ficar. Reinventou-se como dirigente e como ser humano, ao passar por um drama familiar, recolhendo-se dos holofotes e delegando funções acertadamente. Assim trouxe Alex Brasil e Ricardinho para a linha de frente do futebol. Volta à primeira divisão paranaense e já faz campanha melhor que a do Atlético na B nacional, com um orçamento quatro vezes mais modesto. Ao Paulão, o reconhecimento pela vitória.

Odor

Reforços. Reforços. Reforços. Repita até virar realidade, pois só assim o Atlético voltará à primeira divisão nacional. O elenco atual, disse Jorginho acertadamente, fede.