Abrindo o jogo – coluna no Jornal Metro Curitiba de 25/01/2012

Couto e Atlético: primeiro capítulo se encerra a noite

O TJD-PR julga hoje, a partir das 19h, o recurso do Coritiba contra o empréstimo compulsório do Estádio Couto Pereira ao Atlético, mediante interpretação jurídica do artigo 46 da FPF. A Federação recorreu da liminar do Coxa e pretende fazer valer o texto que indica, literalmente, “São obrigações das entidades de práticas desportivas

(…) Ceder gratuitamente à FPF e às entidades superiores, quando requisitados, seus atletas e suas praças de desportos.” Para o Coxa, trata-se de uma leitura abusiva do estatuto. O pleno julgará o recurso; se mantido, o Coritiba segue sem a obrigação de alugar o estádio. Caso contrário, a FPF marcará os jogos do Atlético para o Alto da Glória. O Rubro-Negro não tomará parte direta na ação. A direção do clube optou por esperar à distância a definição judicial. Seja qual for o resultado, é apenas o primeiro capítulo: caberá recurso das partes no STJD, no Rio.

 Janguito à vista?

Irritado pela falta de apoio do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal na questão, uma vez que o Atlético está fora da Arena pelas reformas para a Copa 2014, o presidente atleticano Mário Celso Petraglia confidenciou a amigos que se a FPF, CBF, Fifa ou governos não intercederem e resolverem a questão, o clube poderá mandar os jogos no Estadual no Eco-Estádio Janguito Malucelli. Há dois detalhes pendentes: a iluminação para jogos noturnos e principalmente: comportar os quase 18 mil sócios atleticanos em 5 mil lugares – sem contar a carga de 10% para os visitantes. Caso se confirme, Petraglia pretende emitir 3,5 mil senhas para que os sócios mais ágeis na reserva freqüentem os jogos do Paranaense. Para o Brasileiro, diz ter uma carta na manga em relação ao Couto, o que causou mal estar entre Coxa e Paraná.

Triplo conflito; Brasileiro B no Couto?

Foi o Paraná quem trouxe à tona a informação: Petraglia teria tentado o empréstimo da Vila Capanema somente para o Paranaense, já que para a Série B já teria se acertado com o Coritiba. Uma nota oficial da presidência paranista pôs fogo no assunto. Talvez tentando explicar aos tricolores o porquê da falta de acordo financeiro com o rival, Rubens Bohlen revelou o suposto acordo; então foi a vez do Coritiba emitir nota assinada pelo conselho, repudiando a revelação e classificando a atitude paranista como “antiética e desprovida de bom senso.” Porém, sem negar em nenhum momento o suposto acordo. No fim da tarde de ontem, o Atlético também emitiu uma nota (ver abaixo).

Atletiba do marketing

O Coxa abre frente no setor de marketing e comunicação neste início de ano, em relação ao Furacão. Enquanto renovou com seu patrocinador máster e ocupou espaços nas mangas e calções, o Coritiba viu o Atlético perder a principal receita da camisa. Além da exposição maior, natural em função da disputa da Série A, o Coritiba ainda aproveita melhor seus espaços na imprensa, liberando com mais freqüência jogadores para entrevistas e imagens do CT; já o Atlético, que verá sua exposição reduzida na Série B, convive com a Arena fechada para obras e não exibe as placas de publicidade no CT do Caju, com raras janelas de entrevistas e imagens. E enquanto o Coxa fará parte de uma grande campanha nacional do lançamento da linha Nike em quatro clubes brasileiros, a partir de 10/02, o Furacão viu a Umbro, parceira desde 1997, adiar o lançamento dos novos uniformes, programados para a semana que passou.