Abrindo o Jogo – Coluna do Jornal Metro Curitiba de 11/04/2012

Nem lá, nem cá

Do feriado da Páscoa para cá muito se falou do encaminhamento do financiamento do BNDES para a Arena; primeiro, ou por erro de interpretação, ou por vontade exagerada de comemorar uma vitória, Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético, divulgou que o banco havia confirmado a cessão do valor. Dias depois o BNDES finalmente se manifestou: “Houve interpretação incorreta por parte do clube. O empréstimo apenas avançou uma fase. Passou de carta-consulta para pedido enquadrado”, informou a assessoria do banco. Traduzindo do tecniquês, o pedido do Atlético foi formalizado com documentos aprovados e agora passará pela análise de viabilidade técnica. Mas, nem Petraglia com pressa de (con)vencer na parada, nem algumas divulgações da negativa do banco em financiar a obra foram precisas.

O perigo

É improvável que o BNDES não aprove o projeto do Atlético para o Mundial 2014, por N razões – especialmente a necessidade política que Curitiba e o Paraná têm de realizar o evento, o que deve desburocratizar alguns quesitos. Mas não é impossível. E o custo pode ser alto. Em carta enviada à coluna, o ex-presidente do conselho fiscal do Atlético e ex-diretor administrativo do BRDE (versão regional do banco nacional de desenvolvimento) Amadeu Geara, alertou sobre alguns problemas na conduta do caso. Primeiro, a informalidade dos acertos entre a atual gestão do clube e o governo; depois, a maneira com a qual pretende-se ser feito um aporte financeiro via Estado para a obra. E por fim a insistente relutância de Mário Celso Petraglia em trazer essas informações às claras, seja pela imprensa, seja somente ao conselho do clube.

Fútbol brasileño

Juan Ramón Carrasco, técnico uruguaio do Atlético, não gostou de ser questionado pela improvisação do zagueiro Manoel como atacante no jogo do último final de semana com o Corinthians-PR (1-1) e soltou um “não sei como é aqui no Brasil, mas no Uruguai quem manda é o treinador.” Carrasco, que no geral faz um bom trabalho de reestruturação no clube (sem quase nenhum reforço, diga-se), passou um pouquinho no ponto, então é bom situá-lo: no Brasil, o futebol é o mais vitorioso do Mundo, com 5 Copas. E aqui funciona assim: se tomou uma decisão, explica-se e debate-se. As conseqüências são a cobrança e quem sabe até a perda do emprego – mas aí vai dos resultados e do patrão. Bem vindo ao país do futebol, Juan.

Escola de Gestão

A aposentadoria de Tcheco, antecipada há 15 dias aqui na coluna e confirmada ontem pelo próprio, pode ser o início de um trabalho essencial para o futebol paranaense: o processo sucessório nos clubes. Tcheco, 36 anos, curitibano de nascença e identificado com o Coxa, passará a trabalhar na administração do futebol alviverde ao lado de Felipe Ximenes. Tem perfil, já é empresário. A iniciativa é uma saída para que se construa uma escola de gestão no Estado, para que nossos clubes não vivam de brilharecos a cada década, esperando surgirem novos Evangelinos, Jofres, Petraglias ou Vilsons da vida.

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 28/03/2012

Rompidos

Não convide para o mesmo evento os presidentes do Atlético, Mário Celso Petraglia, e do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade. Os dirigentes, que trocaram elogios mútuos no início do ano, estão com relações rompidas com os sucessivos episódios envolvendo a necessidade de o Furacão ter um estádio para jogar. Nos bastidores, comenta-se que Vilson e Petraglia estavam próximos de um acerto para o empréstimo do Couto Pereira para o Brasileiro, mas o mandatário atleticano, em paralelo, tentou forçar a barra junto a CBF, com medo de levar um não de Vilson. O coxa-branca, por sua vez, sentiu-se traído e informou a Petraglia que “não quer mais conversa” com ele.

Torcida única em julgamento

A medida por um Atletiba com torcida única, tomada por iniciativa de Petraglia no clássico 349, é outro ponto de discórdia. Andrade concordou com a decisão com a prerrogativa de que o Atletiba 350 também fosse disputado dessa forma; o MP-PR, que poderia impedir a infração ao Estatuto do Torcedor foi complacente. Mas o TJD-PR, através do procurador Marcelo Contini, não. Uma petição de quatro laudas denuncia os clubes, que podem ser apenados em até R$ 100 mil. O julgamento será na quarta que vem pela 3ª comissão. Seja qual a decisão, ela não obrigará nada em relação ao clássico 350, em 22/04.

Tcheco e a gerência de futebol

O meia Tcheco, 36 anos, deverá deixar os gramados em julho, quando o Coritiba pretende realizar uma festa de despedida. A intenção da diretoria do Coxa é convidá-lo para auxiliar Felipe Ximenes na gerência de futebol. “Ele é identificado com o clube e tem perfil”, sinalizou o presidente alviverde Vilson Ribeiro de Andrade.

Parreira e Ney Franco em Curitiba

Calma: nem Juan Carrasco, nem Marcelo Oliveira estão perdendo os empregos. Os dois técnicos da Seleção (o primeiro do tetra em 94, o segundo atual auxiliar de Mano Menezes) estarão em Curitiba em 28/05 no Footecon, o congresso brasileiro dos profissionais de futebol. Será um dia com debates e oficinas para profissionais e entusiastas da área, com a visão de quem está dentro do mercado. As inscrições já estão abertas no site footecon.com.br/curitiba.

Festa do interior

O Coritiba recebe hoje o Londrina no Couto Pereira em jogo que pode encaminhar a conquista do 2º turno pelo time do norte, três pontos à frente do Coxa e cinco a mais que o Atlético nessa etapa do campeonato. Se não levar 5 ou mais gols, o Londrina deixa Curitiba com a liderança. Se vencer então, põe uma mão na vaga da final – a outra já é do Atlético. Desde 2007, quando ACP e Paraná decidiram o campeonato (vitória interiorana), as disputas ficaram apenas entre Atlético e Coritiba. Já o Londrina, três vezes campeão paranaense, não vê a taça desde 1992.