Dez anos em dois

Foto: assessoria Coritiba
Vilson em pele de JK

Vilson Ribeiro de Andrade vai construindo seu espaço entre os maiores dirigentes do futebol paranaense. A entrevista dada hoje à Rádio Banda B traz muita coisa interessante, mas resolvi destacar uma, que trata da revolução iniciada no Coritiba a partir de dezembro de 2009.

Todos já sabem o roteiro: Coritiba quebrado, rebaixado, etc, etc, e, há menos de um mês, finalista da Copa do Brasil. Só por isso, ainda que o futebol seja pródigo em arrumar heróis dentro de campo mesmo com estrutura zero, Vilson já merecia espaço.

Mas foi no almoço de apresentação do hoje técnico Marcelo Oliveira, em novembro de 2010, que Vilson deu pinta que ia tentar ir além da montagem de um grande time. Prometeu, e parece estar no caminho de cumprir, um grande clube.

A entrevista acima citada traz dois raciocínios, a destacar:

“O Coritiba fez um trabalho e unificou todas as áreas. Então hoje fazemos um trabalho desde o dente de leite até a chegada ao profissional. Nossa ideia é ter no profissional sempre 30 ou 40% de atletas da base. (…)  Até 2007, o Brasil aproveitava apenas 4,8% dos meninos da base e o restante se perde. O clube que mais vende meninos é o Cruzeiro e em segundo o Atlético, na gestão do Atlético. O Atlético vive um bom momento financeiro devido ao dinheiro arrecadado desses meninos. O Coritiba nos últimos cinco anos não vendeu um menino sequer e estamos montando esta estrutura agora”

[sobre o novo CT] Estamos na fase final do negócio, é uma área de 18 alqueires. (…) um investimento de cerca de R$ 50 milhões. Já temos um investidor pra isso e eu ainda não tinha falado disso, porque ainda não assinamos a escritura, que está na fase final. (…) Se tudo der certo, em um ano estamos com o novo CT. Nós podemos colocar lá dez campos, um ginásio coberto, dependências para trazer 120 crianças do Qatar para treinarem aqui. Esse é um projeto em parceria com o governo do Qatar. (…)”

As duas declarações beiram o óbvio de tão geniais: com investimento na base e em estrutura, o Coxa poderá lucrar e se fortalecer. Nada simples, mas um caminho para um clube que não tem o apelo mercadológico de um São Paulo, Flamengo ou Corinthians, mas é obrigado a competir em igualdade com eles.

As opções de Vilson, ao lembrarmos da já histórica declaração do presidente atleticano Marcos Malucelli (“Estamos 10 anos a frente deles”) me remetem a Juscelino Kubistchek, que prometeu 50 anos em 5.

Um comentário sobre “Dez anos em dois

  1. Excelente post Napoleão, pena que perdi esta entrevista. Realmente o Vilson está agradando boa parte da torcida, e não só pela gestão que vem fazendo, mas pela forma que ele trata todos (desde os jogadores até as tias da limpeza) dentro do Coritiba. Ele fala com os funcionários como se estivesse falando com os filhos dele, isto é muito bom, cria ambientes agradáveis para poder colocar em prática qualquer tipo de projeto.

    Esta notícia do CT se confirma de rumores que já vem de um tempo. Muito bom, assim que tem que ser, investir na piazada, revelar jogadores.

    Abrçs!

    Metal na veia.

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