Pequena vingança

A vida andou. (foto: assessoria do Coritiba)

“Na hora passa um filme, nada que a gente levou como revanche, mas passa.” Foi assim que Marcos Aurélio, num bate papo informal, me contou o que sentiu quando abriu o placar (veja os lances logo abaixo) contra o Fluminense. O Baixinho estava presente no dia da maior tragédia coritibana. Essa história, você sabe de cor.

Mas a vida andou. A placa concedida acima pelo presidente Jair Cirino (sim, ele é o presidente) e pelo vice, Vilson Andrade, com um pedido de desculpas ao Fluminense, é a tampa da caixa preta do dia 6 de dezembro. Que não será esquecido, mas que já não deve mais ocupar o imaginário popular como ocupou até então. Os episódios que ficaram na história também ficaram para trás. O Coritiba – e todos nós – mudamos desde então.

Todos aprendemos o valor, o peso e os riscos que aquele episódio teve. A quem é coxa-branca, ainda restou uma revolução a se fazer. E ela aparece a cada dia, aos poucos. Uma amiga uma vez me contou uma história sobre o vestiário do Coxa naquele dia, que ouviu de alguém que lá estava. Disse que enquanto pratas da casa e jogadores identificados, como Edson Bastos, Pereira e o próprio Marcos Aurélio choravam, alguns, já de contrato com outros clubes, pensavam nas férias no Nordeste.

Marcos Aurélio, ex-atleticano (marcou presença na vitória sobre o River Plate em Nuñez, entre outras) teria outro desafio, além da desconfiança alviverde. Hoje olhar para trás é um prazer para ele. “Naquele dia fiquei muito chateado. Mas eu acredito que nós que ficamos aqui procuramos trabalhar sério e deu tudo certo, como foi. Foi uma honra reerguer o Coritiba.”

Não há como negar que os gols dele e de Pereira no jogo contra o Fluminense parecem uma pequena vingança. Não que o Fluminense tenha muito a ver com o que acontece: os cariocas vieram, jogaram e consolidaram uma reação espetacular contra a queda. Mas a vitória sobre o atual campeão brasileiro, consolidando o Coxa com o melhor ataque da competição até aqui, foi uma revanche contra os bárbaros e as barbáries.

O Coritiba agora fechou o ciclo. Simbolicamente, o dia 6 de dezembro de 2009 vai ser muito mais visto e lido agora em calendários antigos que nos noticiários esportivos.

Veja os gols do jogo e entrevistas com Tcheco e Marcelo Oliveira no vídeo abaixo, exibido no Jogo Aberto Paraná:

3 comentários sobre “Pequena vingança

  1. Aquele jogo em 2009 com o fluminense foi uma piada. Amarraram o jogo todo, com completo respaldo do juizão. Já começaram “muito bem”, entrando 15 minutos atrasados em campo. Se o Coritiba faz isso, a CBF manda pra décima quinta divisão.

    O fluminense deve uma terceira divisão pro Brasil, e o Coritiba vai lá pedir desculpas? Desculpa pelo que? Por ter deixado o fluminense ficar na primeira e poder, no ano seguinte, ser campeão nacional? O fluminense merece desculpas pelo que? Por sua torcida que ficou tirando sarro da nossa, até de forma preconceituosa (bichos, bichos..)* ? Por todo o suporte que o fluminense deu ao Coritiba após o acontecido, se posicionando CONTRA na justiça? Que tipo de piada é esta?

    NENHUM torcedor do Coritiba quer pedir desculpas ao fluminense por nada, e não irá, tirando aqueles vândalos que devem desculpas pontuais a quem agrediram, e ponto final. A torcida do Coritiba já apanhou muito, e ninguém vem assoprar. Não devemos nada pra ninguém, absolutamente ninguém.

    Somos vitimas e, quando erramos, nunca nos faltou punição, diferente de TODOS os outros grandes clubes do Brasil.

    Odeio com todas as minhas forças este **** do Cirino. Dirigente mais preocupado em agradar os visitantes do que a própria torcida. Ele nos HUMILHA, nos REBAIXA! E me preocupa muito o VRA estar no meio destas patacadas cirinenses.

    *http://www.youtube.com/watch?v=sYcyfAZPYGU

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    1. No geral, entendo e até concordo com muito do que vc disse, André.
      Mas acho que o espírito da vingança foi menos ou nada contra o Fluminense e muito mais contra os vândalos que quase faliram o Coritiba.
      Foi a volta por cima.

      O resto, vc sabe, é política.

      Abs e bem-vindo sempre!

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