Atlético no Couto: atualização

A FPF exigiu formalmente o Couto Pereira para uso do Atlético nos jogos do Campeonato Paranaense. Os argumentos usados pela Federação, escritos no ofício disponível nesse link, foram os mesmos antecipados pelo blog nos posts anteriores a esse, logo abaixo. Mas a questão ainda está longe do fim.

O Coritiba deve entrar com um mandado de garantia no TJD-PR para evitar atender a requisição da FPF. Nele, vão ser questionados todos os tópicos: desde a legalidade do pedido, considerado abusivo pelo Coxa – uma vez que a norma é exceção e costume em jogos de Seleção, catástrofes naturais ou pedidos da patrocinadora do campeonato, como a TV – até mesmo o valor arbitrado, de R$ 30 mil mais as despesas. O trâmite será o mesmo dos casos recentes no tapetão paranaense: o caso vai para o TJD e só acabará no STJD. Até lá, quem exercer força política vai conseguindo espaço.

Vale lembrar que o que a FPF fez foi uma requisição formal pelo estádio. Ainda não marcou o jogo entre Atlético x Londrina para o Couto. Faltam detalhes para isso, incluindo essa ação possível do Coritiba, que pode só ser tomada na semana quem vem, mais próxima do jogo.

Apurei ainda que o Coritiba também descarta qualquer ação na justiça comum. O episódio de 1989, quando uma liminar da justiça comum foi descartada pela CBF e o Coxa acabou rebaixado por não jogar contra o Santos em Juiz de Fora, é muito vivo no clube e a diretoria trabalha com a hipótese de contestar a medida da FPF apenas na justiça desportiva. Se não obtiver sucesso, o Coxa irá acatar a decisão, para não repetir o que aconteceu com o América-MG em 1993, quando acabou relegado a Série B (assim como o Atlético, que estava na A) quando a CBF decidiu guinar o Grêmio ao grupo de elite. O América entrou na justiça comum e a CBF o excluiu de competições nacionais por três anos.

O TJD-PR deve tratar a questão com urgência máxima, o que vale dizer que uma vez que a ação seja tomada, uma sessão extraordinária pode ser convocada para resolver o caso. O mesmo não se aplica ao STJD – mas já se antevê outra dificuldade para o Coxa: a CBF, de maneira muito mais clara que a FPF, também pode requisitar o Couto Pereira para o Atlético mandar seus jogos na Copa do Brasil e na Série B. O Coxa também já se prepara para isso, mas pretende manter tudo na esfera desportiva.

Operacional

Questionável ou não, o valor de R$ 30 mil de aluguel por jogo arbitrado pela FPF não inclui despesas como manutenção, água e energia, nem pessoal. Esse valor terá que ser pago pelo Atlético à parte. O Atlético também terá que deixar um cheque caução na FPF no valor de R$ 300 mil, o equivalente a 10 alugueis, para fazer uso do estádio.

*Obrigado ao leitor André Tesser pela colaboração ao alertar um erro de português.

4 comentários sobre “Atlético no Couto: atualização

  1. Infelizmene, concordo com o Anderson Corrêa! Cartas marcadas e acho mais, que isso tudo é uma “xaropisse” sem tamanho, o CAP tá sem estádio? Pague pra alugar um ué, e pague o que vale. Não estão cheio de grana PÚBLICA “investida” para a construção do deles (segundo “eles” o “melhor” estádio do Brasil)?? Quando ficar pronto vão emprestar pro Coxa a preço de banana também? E agora a FPF se doendo pelo CAP pra pagarem mixaria pra usar o que tanto desdenharam? Porque a FPF não exige a Vila, o Pinheirão ou o Estádio Ecológico, porque justamente o Couto? Tá parecendo os EUA com Israel, só fomentando a desgraça e o conflito alheio. O CAP devia se orgulhar de verdade agora, de ser um time grande, e procurar arrego em outro lugar!

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  2. Prezado Napoleão!

    Moro em um casebre. Estou pensando em reformá-lo e transformá-lo em uma MANSÃO, para uso durante a Copa do Mundo!
    Garanto-lhe que será um empreendimento que beneficiará TODOS OS PARANAENSES que por ventura vierem a se hospedar na minha “humilde” casa.
    Entretanto, estou sem recursos. Como faço para levantar dinheiro via potencial construtivo? Posso pegar empréstimos no mercado utilizando essa garantia?

    Ah, e mais uma coisa: durante o tempo que a MANSÃO estiver sendo construída, vou precisar me hospedar na sua residência, pode ser?
    Tenho um agente público que vai me “quebrar um galho”, então ele já definiu que eu lhe devo a quantia de 5 REAIS MENSAIS a título de aluguel.
    Se você não gostar, o não há nada que você possa fazer.
    Obviamente pagarei pelos custos adicionais de luz, água e telefone, porém se o chuveiro estragar com meus banhos longos, ou algum móvel for danificado (tenho o costume de fazer festas frequentes, e meus amigos são um pouco exagerados), a responsabilidade e reposição é por sua conta, ok? Preciso da sua casa sempre à disposição e brilhando!

    E não se esqueça: a reforma da minha mansão terá benefícios a TODOS OS PARANAENSES!!!! (só que a chave fica sempre comigo)…

    Podemos fechar negócio?

    Atenciosamente,

    Johnny

    PS. Mil desculpas, mas é impossível deixar de ser irônico nessa situação…

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